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Mudou de posição? O CEO da Nvidia (NVDC34), uma das empresas mais admiradas no setor de inteligência artificial, realiza uma visita incomum à China após as restrições impostas pelos EUA aos chips

A mensagem do executivo é clara: a China, como a principal potência asiática, representa um mercado “extremamente relevante” para a empresa, mesmo diante da crescente pressão dos Estados Unidos.

A Nvidia (NVDC34), uma das líderes em inteligência artificial e uma das empresas mais valiosas globalmente, parece estar mais atenta à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China do que se poderia supor — especialmente após as restrições de Donald Trump aos chips.

Por esse motivo, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, optou por usar terno e gravata e dedicou a quinta-feira (17) para se encontrar com Ren Hongbin, presidente do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional, durante sua visita a Pequim.

A mensagem que Huang desejou transmitir foi clara: a China, como a maior potência asiática, é um mercado “extremamente importante” para a empresa, e ele espera manter a cooperação com o país, conforme informações divulgadas.

A visita de Huang ocorreu após um convite do representante da agência comercial, que está vinculada ao Ministério do Comércio da China, e poucos dias depois que os EUA impuseram novas restrições à exportação de chips de IA H20 para a China e cinco “nações digitais”.

Uma visita para lá de inesperada

De acordo com o Financial Times, a viagem de Huang é incomum porque o CEO normalmente evita se encontrar com altos funcionários do governo chinês.

Essa mudança de postura surge após o governo dos EUA declarar, no início da semana, que a Nvidia precisará de uma licença para exportar seus processadores para a China e diversos outros países “por tempo indeterminado”.

A fabricante de chips anunciou que pode enfrentar um impacto de até US$ 5,5 bilhões devido às novas restrições.

Empresas chinesas, como as grandes do setor de tecnologia Tencent, Alibaba e ByteDance, adquirem esses chips para impulsionar seus avanços em inteligência artificial.

Após a divulgação da restrição às exportações de chips, o Bank of America (BofA) reduziu o preço-alvo das ações da Nvidia, passando de US$ 200 para US$ 160, embora tenha mantido a recomendação de compra.

Conhecendo o rival do ChatGPT

Supostamente, o CEO da Nvidia aproveitou a viagem para se encontrar com uma figura importante: Liang Wenfeng, criador da DeepSeek, um concorrente do ChatGPT que tem gerado polêmica entre as empresas de tecnologia dos EUA.

De acordo com o Financial Times, o encontro ocorreu em Pequim, onde Huang e Wenfeng discutiram a próxima geração de chips que atendam às demandas das empresas chinesas e que não seriam impactados pelas novas restrições americanas.

Esse encontro também se dá em um momento em que as autoridades dos EUA questionaram Huang sobre a capacidade da empresa chinesa de IA de adquirir chips de alto desempenho que estão sob controle de exportação.

Virando a casaca?

A visita ocorre após a Nvidia, a favorita no setor de IA, anunciar na segunda-feira (14) que começará a produzir supercomputadores inteiramente nos Estados Unidos, em um investimento que pode alcançar até US$ 500 bilhões (aproximadamente R$ 2,93 trilhões com a cotação atual).

As “super fábricas” da Nvidia devem iniciar suas operações em breve, com a produção em larga escala prevista para começar nos próximos 12 a 15 meses, ocupando uma área de 92 mil metros quadrados.

A colaboração com essas empresas reflete a preocupação da Nvidia com sua cadeia de suprimentos. Essa é, sem dúvida, a parte mais crítica da operação, pois qualquer falta de componentes essenciais para a fabricação dos supercomputadores pode colocar a empresa em uma situação difícil.


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