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A Mobly (MBLY3) está cobrando R$ 5,2 milhões da Tok&Stok referente a despesas com o plano de saúde da família fundadora; saiba mais sobre a situação

A relação entre a Mobly (MBLY3) e a Tok&Stok não está nada boa. No último desenvolvimento desse imbróglio, a Mobly está cobrando os gastos com o plano de saúde de beneficiários associados à Tok&Stok.

Em um comunicado enviado ao mercado na quarta-feira (16), a Mobly informou que foram identificados pagamentos mensais para o plano de saúde de ex-conselheiros da Tok&Stok, membros da Família Dubrule, além de cerca de 30 familiares e pessoas próximas, “sem qualquer justificativa contratual ou legal, nem interesse social em tais despesas”.

“Estima-se que o montante total dos pagamentos indevidos ultrapasse R$ 5,2 milhões. Diante disso, a Tok&Stok notificou os ex-conselheiros para comunicar a interrupção desses pagamentos e solicitar a devolução integral do valor em um prazo de 5 dias”, afirma o comunicado.

Menos de um ano após a fusão das grandes empresas do setor de móveis e decoração, a Mobly também está planejando uma oferta pública de ações, além de enfrentar divergências sobre o preço da oferta e desafios financeiros.

Oferta pública de ações está na mesa

Nesta semana, a Mobly recebeu da Regain Participações e de Paul Jean Marie Dubrule um edital de oferta pública para aquisição (OPA) de até 100% das ações da empresa, com um preço proposto de R$ 0,68 por ação.

“O conselho de administração da empresa está analisando os termos da OPA e seus impactos, em colaboração com seus consultores, e deverá divulgar ao mercado, em até 15 dias a partir desta data, um parecer prévio detalhado sobre a OPA”, informou a Mobly no documento.

A família fundamenta o pedido em uma dívida que ultrapassa R$ 600 milhões e no fato de que a Mobly não apresentou lucros desde seu IPO em 2021. No último fechamento, em 14 de abril, as ações da MBLY3 estavam cotadas a R$ 0,97, representando uma queda de mais de 95% em relação ao preço do IPO, que foi de R$ 21 por ação.

Além disso, a família Dubrule expressou sua intenção de injetar capital na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida. Os acionistas Régis Edouard Alain Dubrule, Ghislaine Thérèse de Vaulx Dubrule e Paul Jean Marie Dubrule se comprometeram a investir R$ 100 milhões na empresa, condicionados à conclusão da OPA.

A família também se comprometeu a converter suas debêntures da Tok&Stok, que totalizam R$ 56,5 milhões, em ações da Mobly e a utilizar o crédito de R$ 68,8 milhões que possuem contra a Tok&Stok para capitalizar a empresa.

Fusão entre Mobly e Tok&Stok

Em agosto de 2024, a Mobly anunciou um acordo com a gestora SPX, que controla a Tok&Stok, para assumir o controle da empresa. Essa fusão resultou na formação de um gigante no setor de móveis e decoração, com uma receita anual estimada em R$ 1,6 bilhão. No entanto, a transação não foi bem recebida pela família fundadora da Tok&Stok, que recorreu à Justiça para contestar o negócio.

Régis Dubrule, fundador da Tok&Stok, fez críticas públicas à fusão. “É como um abraço de afogados, mas sabemos nadar. Estamos totalmente convencidos de que podemos salvar a Tok&Stok sozinhos”, declarou em entrevista ao Estadão/Broadcast na época.

Para proteger a Mobly das dívidas da Tok&Stok, foi elaborado um modelo financeiro estratégico: a Tok&Stok protocolou um pedido de recuperação extrajudicial. O acordo com os credores previu um ano de carência para o pagamento de juros e dois anos até o início das amortizações, com o prazo final estabelecido para 2034.

A Tok&Stok, que já teve uma avaliação de R$ 1,1 bilhão, foi avaliada em apenas 10% desse valor — ou seja, R$ 112 milhões — no acordo.

Atualmente, o mercado acompanha os desdobramentos da tentativa da família Dubrule de adquirir a Mobly, que está dentro do prazo para emitir um parecer após receber o edital da oferta pública de ações.


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