De acordo com o BTG Pactual, o principal risco de curto prazo para a Petrobras (PETR4) não está ligado a possíveis consequências de uma busca do governo por novas fontes de receita, mas sim à volatilidade dos preços do petróleo, que estão sendo afetados pelos desdobramentos das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O banco destaca que, nas últimas semanas, houve notícias na mídia sobre a intenção do governo de gerar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões através de novos leilões de volumes excedentes de petróleo em campos que já estão em produção.
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“O orçamento fiscal do Brasil está fundamentado em uma expectativa de preço do petróleo de US$ 80 por barril. Com a média acumulada do ano em US$ 73, a arrecadação de tributos do setor pode não atingir as metas projetadas. Nesse contexto, o leilão sugerido poderia ser uma estratégia para aliviar a pressão fiscal”, observa a equipe de analistas liderada por Pedro Soares.
A avaliação de que o impacto será limitado se baseia, primeiramente, na falta de um documento oficial de licitação, o que torna difícil determinar se a previsão de arrecadação entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões é viável. À primeira vista, esse valor parece otimista.
Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a produção nos últimos 12 meses das áreas excedentes de Tupi, Mero e Atapu — os três campos em questão — representou apenas 0,5%, 3,6% e 1,2% da produção total de cada um deles, respectivamente.
“Em resumo, enquanto não tivermos mais informações quantitativas — ou mesmo uma confirmação — sobre a proposta do governo, não acreditamos que esse risco noticiado comprometa a capacidade da Petrobras de gerar fluxo de caixa ou seus dividendos, que continuam sendo o principal interesse dos investidores”, afirmam os analistas.
Por outro lado, a incerteza geopolítica e os riscos relacionados a uma possível desaceleração econômica global continuam exercendo pressão sobre os preços do petróleo e, consequentemente, sobre as perspectivas de dividendos da Petrobras no curto prazo.
Hora de comprar Petrobras?
A Petrobras permanece como a principal recomendação do BTG Pactual no setor de petróleo e gás, sustentada por um balanço financeiro sólido e uma forte geração de fluxo de caixa, mesmo diante de um cenário de preços mais baixos do petróleo.
O preço-alvo estabelecido pelo banco para as ações da PETR4 é de R$ 58, com uma recomendação de compra.
Embora reconheçam a queda nos preços da commodity como um risco, os analistas destacam a eficiência da Petrobras e observam que os preços atuais do Brent estão relativamente próximos dos custos marginais globais de produção. Por isso, eles mantêm a perspectiva de que a empresa é uma aposta vencedora a longo prazo no setor.

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