Uma análise realizada pelo banco revelou que a plataforma chinesa continua oferecendo preços mais competitivos em comparação a marcas como C&A, Renner e Riachuelo. Em contrapartida, a Zara se destaca como a opção mais cara entre as lojas analisadas.
A Shein permanece como a varejista mais acessível no setor de moda, embora suas concorrentes estejam reduzindo essa diferença, conforme um relatório do BTG Pactual divulgado nesta terça-feira (29), em grande parte devido aos preços das blusas.
O banco analisou a formação de preços no varejo de moda brasileiro e constatou que, apesar dos aumentos recentes, a plataforma chinesa continua oferecendo valores inferiores em comparação com grandes varejistas nacionais como C&A (CEAB3), Lojas Renner (LREN3) e Riachuelo (GUAR3).
Em termos de comparação, uma análise de uma cesta com oito produtos revelou que a Shein é 1% mais barata do que a Riachuelo, 7% mais barata que a Renner e 12% mais barata que a C&A.
Contudo, a diferença de preços entre a Shein e as varejistas brasileiras tem se reduzido no último ano. A C&A, por exemplo, elevou seus preços em 15% desde janeiro, enquanto a Shein teve um aumento de apenas 3% nesse mesmo período.
Além disso, a Zara continua a ser a varejista mais cara da amostra, apresentando preços ainda mais elevados do que os registrados no início do ano, segundo informações do banco.
Tarifas dos EUA e taxa das blusinhas afetam a Shein
O BTG também observa que, após os aumentos de preços nos Estados Unidos — causados por novas tarifas sobre pedidos de até US$ 800 —, os produtos da Shein estão 6% mais baratos no Brasil em comparação ao mercado norte-americano.
No entanto, a análise não é tão direta. Ao levar em conta o poder de compra entre os Estados Unidos e o Brasil, um mesmo produto pode custar até 117% a mais no Brasil, refletindo a menor renda disponível no país.
O relatório também ressalta que a taxa aplicada sobre as blusinhas, que incide em compras internacionais de até US$ 50 no Brasil, impactou o volume de importações, especialmente aquelas feitas por meio da Shein e da Shopee.
Informações do programa Remessa Conforme indicam uma diminuição significativa nos envios inferiores a US$ 50 desde agosto, provavelmente em resposta a esse novo custo.
Segundo a análise do BTG, essa redução está diretamente ligada ao aumento da carga tributária, o que torna as plataformas estrangeiras de baixo custo menos atrativas.
BTG aponta para cuidado em relação ao varejo de moda
Os analistas do BTG apontam a C&A como uma das favoritas no setor de moda, elogiando seu desempenho recente e seu posicionamento competitivo, mesmo diante do aumento de preços.
A Lojas Renner também é considerada uma das principais apostas na área, o que reforça a confiança do banco na resiliência e nas estratégias da companhia.
Por outro lado, a Guararapes, que controla a Riachuelo, é observada com cautela pelo BTG. Apesar de estar conquistando participação no mercado, as empresas focadas nas classes média e baixa estão enfrentando pressão de preços provenientes de plataformas internacionais como Shein e Shopee.
Apesar dos obstáculos relacionados a tributos, o BTG ressalta que a Shein e a Shopee continuam comprometidas com o Brasil, expandindo suas operações no país. Isso inclui parcerias com vendedores locais e campanhas de marketing adaptadas ao público brasileiro.
A Shein, em particular, tem investido no marketplace nacional, diminuindo gradualmente a dependência das vendas diretas da China.
A Zara, que não tem suas ações listadas na B3, é identificada como a varejista mais cara, mas conseguiu manter suas margens de lucro e reforçar sua imagem premium no Brasil.

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