O banco digital ressaltou que, mesmo diante de um “cenário econômico desafiador”, conseguiu aumentar sua rentabilidade.
O PagBank está atraindo a atenção dos investidores durante a temporada de resultados, e não apenas pelos números impressionantes.
Juntamente com a apresentação dos resultados financeiros, o banco digital anunciou o seu primeiro pagamento de dividendos na história do antigo PagSeguro.
Os acionistas receberão US$ 0,14 (equivalente a R$ 0,78) por ação, totalizando uma distribuição de R$ 250 milhões.
Têm direito aos dividendos os investidores que possuírem as ações da instituição até o fechamento do pregão em 24 de maio. O pagamento está programado para ocorrer em 6 de junho.
Além disso, o banco informou sua intenção de distribuir anualmente proventos equivalentes a 10% do lucro líquido gerado pelo PagBank, embora essa medida precise ser aprovada pelo conselho de administração.
“O objetivo da decisão sobre os dividendos foi proporcionar mais uma forma de retorno aos acionistas”, comentou Artur Schunck, diretor financeiro do PagBank, destacando também que há um excesso de capital disponível.
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PagBank nadando contra a corrente?
O banco reportou um lucro líquido recorrente de R$ 554 milhões no primeiro trimestre de 2025, o que representa um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Entretanto, em comparação ao trimestre anterior, houve uma diminuição de 12,3%, já que no quarto trimestre de 2024 o lucro foi de R$ 631 milhões.
Além disso, esse resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava um lucro de R$ 558,9 milhões, conforme dados da LSEG.
O lucro por ação foi de R$ 1,72, com um crescimento anual de 14%. O banco enfatizou que, apesar do “cenário econômico desafiador”, conseguiu aumentar sua rentabilidade durante o período.
O PagBank também registrou uma receita líquida de R$ 4,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com um crescimento de 12,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Comparado ao trimestre anterior, houve uma queda de 5,2%.
A margem bruta atingiu R$ 1,87 bilhão, apresentando uma alta de 7,1% na comparação anual. Esses números incluem todas as áreas de atuação do banco: adquirência, serviços bancários e concessão de crédito.
A carteira de crédito cresceu para R$ 3,7 bilhões, representando um aumento de 34% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e uma alta de 6% em relação aos últimos três meses de 2024.
O índice de inadimplência acima de 90 dias permaneceu estável em 2,3%, enquanto a média do mercado subiu para 4,4% no mesmo período.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) foi de 14,2% nos primeiros três meses de 2025, ligeiramente inferior aos 14,3% registrados no mesmo período do ano anterior.
O que esperar daqui para frente?
Para 2025, o banco estima um crescimento do lucro por ação entre 11% e 15%. No entanto, ao ser questionado sobre a possibilidade de ajustar essa projeção para cima, o CFO Artur Schunck não descartou essa alternativa.
Ele ressaltou que é importante aguardar o pico da taxa Selic para avaliar como a empresa se adaptará a esse novo cenário de juros.
Além disso, o PagBank planeja intensificar sua atuação no ecossistema digital, concentrando-se na venda cruzada de produtos financeiros. Isso visa “aprimorar a monetização de forma eficaz, mantendo uma postura conservadora em relação ao risco na concessão de crédito”, conforme mencionado em um relatório.
Atualmente, o banco está em seu segundo programa de recompra de ações, tendo adquirido cerca de R$ 353 milhões em papéis até março, segundo informações da própria instituição.
“O programa de recompra de ações está em andamento, já executamos 75% dele até o momento. Conforme nos aproximamos do final desse programa, podemos lançar uma nova rodada, e com base no nosso histórico, isso deve ocorrer”, declarou Schunck.

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