Como principal acionista da Petrobras, o governo federal também enfrentou uma queda na distribuição de lucros, o que pode exercer uma pressão adicional sobre as finanças públicas.
Os dividendos bilionários da Petrobras (PETR4) não são esperados apenas pelos investidores; o governo federal também conta com essa quantia significativa para fortalecer as finanças públicas, visto que é o maior acionista da empresa.
No primeiro trimestre de 2025, a estatal destinou R$ 16,7 bilhões para a distribuição de lucros, que inclui dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). Embora o valor seja considerável, representa o menor montante registrado para um primeiro trimestre nos últimos três anos.
Consequentemente, a participação da União nos lucros distribuídos pela Petrobras caiu para o nível mais baixo desde 2023.
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Dos R$ 16,7 bilhões efetivamente distribuídos no período, R$ 4,86 bilhões foram direcionados ao governo federal.
- É importante ressaltar que os R$ 16,7 bilhões referem-se ao total que foi retirado do caixa da Petrobras em forma de distribuição de lucros entre janeiro e março de 2025. Já os R$ 11,7 bilhões divulgados pela empresa nesta semana serão pagos apenas no segundo semestre e não estão incluídos nesse total.
É fundamental destacar que os R$ 16,7 bilhões correspondem ao montante retirado do caixa da Petrobras como distribuição de lucros entre janeiro e março de 2025. Por outro lado, os R$ 11,7 bilhões anunciados pela empresa recentemente serão pagos somente no segundo semestre e não estão contabilizados nesse valor.
As informações são do estudo realizado pela consultoria Elos Ayta, que reuniu os repasses trimestrais efetuados pela Petrobras desde o primeiro trimestre de 2023 até o começo de 2025.
No total, nos nove trimestres examinados, a petroleira destinou R$ 215,6 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), dos quais R$ 61,8 bilhões foram direcionados aos cofres públicos. Isso representa quase 29% do total distribuído, refletindo a participação acionária do governo na companhia.
As informações são do estudo realizado pela consultoria Elos Ayta, que reuniu os repasses trimestrais efetuados pela Petrobras desde o primeiro trimestre de 2023 até o começo de 2025.
No total, nos nove trimestres examinados, a petroleira destinou R$ 215,6 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), dos quais R$ 61,8 bilhões foram direcionados aos cofres públicos. Isso representa quase 29% do total distribuído, refletindo a participação acionária do governo na companhia.
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Petrobras enchendo os cofres públicos
O papel da Petrobras como uma fonte significativa de receitas extraordinárias para o governo federal é amplamente reconhecido, especialmente em anos de maior geração de caixa.
Entre os nove trimestres analisados, os maiores repasses ocorreram no segundo trimestre de 2024, quando a estatal distribuiu R$ 37,6 bilhões em dividendos, dos quais R$ 10,77 bilhões foram destinados à União — um recorde absoluto para o período.
No entanto, o desempenho mais recente indica uma tendência de queda em relação aos trimestres anteriores.
Ao considerar apenas o período de janeiro a março, 2023 registrou o maior repasse para o início do ano, com R$ 22 bilhões pagos pela empresa, sendo R$ 6,32 bilhões destinados à União.
Em 2024, esse valor caiu para R$ 5 bilhões e agora está em R$ 4,8 bilhões.
A variação nos repasses reflete não apenas a política de distribuição da Petrobras, mas também a capacidade da empresa de gerar lucro e caixa, que é afetada por fatores como os preços do petróleo no mercado internacional, a taxa de câmbio e a estratégia de investimentos e endividamento da estatal.
Essa diminuição nos repasses contrasta diretamente com o aumento da participação do governo federal na estrutura acionária da empresa, que subiu de 28,67% ao final do quarto trimestre de 2024 para 29,02% no início deste ano — evidenciando o impacto direto da redução dos dividendos totais pagos pela companhia.
Problemas para a Fazenda?
A previsão de arrecadação com os dividendos da Petrobras é levada em consideração pelo governo ao elaborar a Lei Orçamentária Anual (LOA). Isso significa que esses recursos são fundamentais para cumprir ou não a meta fiscal estabelecida para o ano.
Desde o ano passado, o governo tem intensificado os esforços para aumentar a arrecadação e reduzir o déficit primário.
A diminuição na receita extraordinária proveniente da Petrobras representa um montante significativo nesse contexto; caso as expectativas da LOA não se concretizem, haverá menos recursos disponíveis para equilibrar as contas.
Em agosto, a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal revisou suas projeções para as contas públicas deste ano.
Segundo as novas estimativas, a União deve fechar 2025 com um déficit primário de R$ 64,2 bilhões. Apesar desse cenário, a IFI acredita que será possível cumprir a meta de resultado primário zero.

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