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Novo ETF da B3 aposta em energia nuclear e urânio como alternativa sustentável e estratégica

Atento ao cenário geopolítico, o fundo acompanha um índice global e proporciona acesso a empresas de 10 países que atuam no setor nuclear.

A Investo, gestora independente de ETFs no Brasil, lançou hoje (19) o NUCL11, um fundo de índice que será listado na B3 e tem foco nos setores de energia nuclear e mineração de urânio.

Este ETF busca replicar o desempenho do MVIS Global Uranium & Nuclear Energy Index (MVNLRTR), que acompanha empresas da cadeia produtiva da energia nuclear em nível global.

Com um valor inicial de cota em torno de R$ 100, o NUCL11 tem como meta refletir o desempenho do ETF VanEck Uranium and Nuclear Energy (NLR), que está listado na NYSE Arca e conta com um patrimônio superior a US$ 1,19 bilhão (aproximadamente R$ 6,7 bilhões) e uma liquidez média diária de US$ 17,6 milhões (cerca de R$ 100,2 milhões).

A NYSE Arca é uma bolsa de valores eletrônica nos Estados Unidos, focada na negociação de ETFs e ações do setor de tecnologia. Embora faça parte do grupo da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), sua operação é totalmente digital, o que proporciona alta liquidez e eficiência nas transações.

De acordo com Cauê Mançanares, CEO da Investo, o lançamento do NUCL11 visa atender à crescente demanda por investimentos que sejam sustentáveis e estratégicos.

“O NUCL11 permite o acesso a empresas que atuam em toda a cadeia de valor da energia nuclear, oferecendo diversificação e exposição a um setor que deve se tornar cada vez mais relevante no contexto da transição energética global”, destaca o executivo.

Adicionalmente, a energia nuclear tem sido considerada uma solução para o aumento da demanda por energia impulsionado pelo avanço da inteligência artificial generativa.

Em outubro de 2024, por exemplo, Google e Amazon revelaram seus investimentos no desenvolvimento de tecnologia nuclear por meio de reatores modulares pequenos (SMR, em inglês), com o objetivo de fornecer energia para os centros de processamento de dados utilizados na IA.

Destaques do NUCL11

  • Foco: Energia nuclear e urânio
  • Índice de referência: MVIS Global Uranium & Nuclear Energy Index
  • Exposição internacional: mais de 10 países
  • Empresas do portfólio: Constellation Energy Corporation, Oklo Inc., Pg&E Corporation, Endesa Energia, Cameco Corp., BWX Technologies, entre outras
  • Cota inicial: aproximadamente R$ 100
  • Liquidez global do índice espelhado: US$ 17,6 milhões por dia
  • Patrimônio global do ETF original (NLR): US$ 1,19 bilhão

Segundo a Investo, o NUCL11 oferece três principais benefícios para os investidores:

  1. Exposição a um setor em crescimento: O fundo permite que os investidores se beneficiem do desenvolvimento do mercado global de energia nuclear e urânio.
  2. Diversificação: A carteira inclui empresas de diversos segmentos da cadeia produtiva, o que ajuda a mitigar os riscos associados a uma única empresa.
  3. Contribuição para a transição energética: A energia nuclear é vista como uma fonte limpa, devido às suas baixas emissões de carbono, tornando-se uma alternativa viável em meio à instabilidade do mercado de combustíveis fósseis.

“Os conflitos geopolíticos, como os entre Rússia e Ucrânia, ressaltam a vulnerabilidade energética da Europa. A energia nuclear se apresenta como uma solução segura e estável, com um impacto ambiental reduzido”, comenta Mançanares.

Esse ETF é recomendado para investidores que buscam alocações de longo prazo e têm um perfil mais estratégico, focando em oportunidades ligadas à energia limpa e sustentável.

Quais são os riscos associados ao ETF NUCL11?

Conforme destacado no material promocional da Investo, existem três principais riscos relacionados aos investimentos em energia nuclear:

  1. Desafios no desenvolvimento: As empresas do setor nuclear podem enfrentar custos imprevistos ou atrasos em seus projetos, devido a complexidades técnicas, regulamentações rigorosas e resistência da opinião pública.
  2. Mudanças no cenário político: Eventos significativos envolvendo energia nuclear ou o surgimento de novas tecnologias podem modificar o ambiente regulatório e as perspectivas de investimento.
  3. Volatilidade de mercado: A relação entre oferta e demanda, juntamente com fatores geopolíticos, pode afetar os preços do urânio, impactando as receitas das mineradoras e os custos de combustível para as usinas nucleares.

O que é energia nuclear e mineração de urânio?

A energia nuclear é produzida através da fissão nuclear, um processo no qual o núcleo de um átomo — geralmente urânio-235 — é fragmentado, liberando uma grande quantidade de energia térmica.

Essa energia é utilizada para aquecer água, gerando vapor que movimenta turbinas responsáveis pela geração de eletricidade. Por emitir quantidades mínimas de gases de efeito estufa, a energia nuclear é considerada uma fonte limpa em termos ambientais.

Por outro lado, a mineração de urânio consiste na extração do minério que serve como combustível para os reatores nucleares. Após a extração, o urânio passa por processos de conversão e enriquecimento antes de ser utilizado na produção de energia.

Segundo a World Nuclear Association, os cinco países que possuem as maiores reservas de urânio são: Austrália, Cazaquistão, Canadá, Namíbia e Rússia.

Principais desastres nucleares da história

Apesar das vantagens ambientais da energia nuclear, sua trajetória também é marcada por acidentes significativos que influenciaram a percepção pública e a regulamentação do setor:

Three Mile Island (EUA, 1979)

Um defeito técnico combinado com erros humanos resultou no derretimento parcial de um reator na Pensilvânia. Embora não tenha havido mortes, o incidente gerou pânico e levou a reformas nos protocolos de segurança nuclear nos Estados Unidos.

Chernobyl (Ucrânia, 1986)

O mais grave desastre nuclear da história ocorreu na antiga União Soviética, quando um reator da usina explodiu durante um teste de segurança mal executado, liberando enormes quantidades de radiação. Estima-se que milhares de pessoas tenham morrido, direta ou indiretamente, devido à exposição à radiação.

Fukushima (Japão, 2011)

Um terremoto seguido de tsunami danificou os sistemas de resfriamento de três reatores da usina Fukushima Daiichi, resultando no derretimento dos núcleos e no vazamento de material radioativo. O acidente levou ao fechamento temporário de todas as usinas nucleares no Japão e reacendeu o debate global sobre a segurança da energia nuclear.

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