Veja as ações sugeridas pelos analistas para aproveitar as flutuações do dólar e proteger sua carteira durante as variações da moeda.
Nos últimos meses, o dólar passou por diversas oscilações e registrou uma queda de quase 9% em relação ao real desde o início do ano. A moeda passou de R$ 6,20 em dezembro de 2024 para a faixa atual de R$ 5,60 a R$ 5,70. Com essa volatilidade cambial, a XP Investimentos identificou quais ações brasileiras podem se beneficiar das variações do câmbio.
Os analistas acreditam que o cenário cambial pode mudar rapidamente, impactando a performance das ações de maneira significativa.
Por isso, é essencial estar preparado para atuar em ambos os cenários: tanto na valorização do real quanto no fortalecimento do dólar.
Com isso em mente, a XP fez uma análise dos ativos que cobre e selecionou duas cestas de ações que ajudarão os investidores a se posicionarem adequadamente em diferentes contextos, destacando ativos com maior sensibilidade às flutuações da taxa de câmbio.
Onde investir na bolsa em meio à queda do dólar?
Em um contexto atual de dólar enfraquecido, a XP identificou oito ações listadas na B3 que têm potencial para se destacar com a moeda americana em queda.
Essa carteira é composta por papéis que se beneficiam de um dólar baixo, focando em empresas com atuação predominantemente nacional e com pouca ou nenhuma receita em dólares, sendo mais conectadas à atividade econômica local e ao ciclo de juros no Brasil.
Confira a lista completa de ações para surfar a queda do dólar:
Cesta dólar fraco | | | | |
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Empresa | Ticker | Setor | % Receita em US$ | Retorno em 2025 |
Copel | CPLE6 | Elétricas | 0,00% | 41,80% |
Cyrela | CYRE3 | Construção Civil | 0,00% | 61,60% |
Azzas 2154 | AZZA3 | Varejo | 11,00% | 48,40% |
Iguatemi | IGTI11 | Propriedades Comerciais | 0,00% | 31,30% |
C&A | CEAB3 | Varejo | 0,00% | 116,20% |
Rumo | RAIL3 | Transportes | 0,00% | 2,10% |
Copasa | CSMG3 | Saneamento | 0,00% | 14,40% |
Motiva (antiga CCR) | MOTV3 | Transportes | 0,00% | 34,50% |
Uma carteira de ações para faturar com a alta do dólar
Segundo a análise da XP, existem também várias ações recomendadas para aproveitar momentos de um dólar forte.
A segunda cesta elaborada pelos analistas inclui sete empresas que se beneficiam de um dólar elevado — aquelas que geram receitas significativas em moeda americana, mas têm custos em reais ou outras moedas locais, o que as torna vulneráveis a um câmbio desfavorável.
Não é surpresa que o portfólio inclua principalmente empresas do setor exportador. Entre os destaques estão BRF (BRFS3), Suzano (SUZB3), Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3).
Veja a carteira completa:
Cesta dólar forte | | | | |
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Empresa | Ticker | Setor | % Receita em US$ | Retorno em 2025 |
BRF | BRFS3 | Alimentos & Bebidas | 47,30% | -18,10% |
Suzano | SUZB3 | Papel & Celulose | 79,20% | -13,10% |
JBS | JBSS3 | Alimentos & Bebidas | 74,00% | 12,00% |
Petrobras | PETR3 | Óleo, Gás e Petroquímicos | 100,00% | -11,40% |
Klabin | KLBN11 | Papel & Celulose | 34,70% | -14,40% |
Vale | VALE3 | Mineração & Siderurgia | 90,60% | 5,70% |
Gerdau | GGBR4 | Mineração & Siderurgia | 43,10% | -11,80% |
É importante ressaltar que o desempenho dessa cesta em 2025 apresenta uma média negativa de cerca de 7% até o momento, resultado da valorização do real em relação ao dólar.
Por que o dólar caiu tanto em 2025?
O índice DXY, que avalia o desempenho do dólar em relação a uma cesta de outras moedas fortes, registrou uma queda de 6,5% em 2025. Grande parte dessa desvalorização ocorreu após as tarifas elevadas implementadas pelo ex-presidente Donald Trump, que tumultuaram as relações comerciais internacionais.
Diante da crescente incerteza sobre o futuro da economia dos Estados Unidos, o dólar — geralmente considerado um refúgio seguro para investidores em tempos de crise — tem perdido força frente às principais moedas globais, mesmo em um cenário de maior volatilidade nos mercados.
Esse cenário contrasta fortemente com o final de 2024, quando o dólar se valorizou mais de 13% em relação ao real no quarto trimestre, impulsionado por preocupações sobre a situação fiscal no Brasil e uma possível desaceleração global, que aumentaram a demanda pela moeda americana.

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