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Análise: Entenda finalmente por que os governos passaram a considerar ter reservas de bitcoin (BTC)

Após o anúncio dos Estados Unidos sobre a criação de uma reserva estratégica em bitcoin (BTC) e outros ativos digitais, diversos países, incluindo o Brasil, começaram a considerar a possibilidade de incorporar a maior criptomoeda do mundo em suas reservas.

Um estudo da Chainalysis, especializada em análises on-chain de criptomoedas, revela que esse interesse aumentou especialmente após uma recente instabilidade em ativos tradicionalmente considerados seguros.

“A reserva de ativos tradicionais, como ouro e o dólar americano, está se tornando cada vez mais influenciada por questões políticas e sujeita a pressões externas”, afirma a publicação da empresa.

A Chainalysis observa que países enfrentando instabilidade econômica ou que buscam mais autonomia monetária estão começando a ver o bitcoin (BTC) como uma alternativa viável — “embora ainda considerada experimental”, concluem.

Ter bitcoin (BTC) nas reservas é ser pragmático

Além disso, a adoção do bitcoin por governos pode aumentar ainda mais a legitimidade dos ativos digitais e incentivar uma aceitação mais ampla por parte das instituições, segundo o estudo.

No entanto, ao contrário do que alguns entusiastas do mercado de criptomoedas acreditam, isso não implica em uma possível eliminação dos bancos centrais, como afirmam alguns “defensores” do bitcoin.

“Para muitos países, essa transição é menos sobre uma mudança monetária drástica e mais sobre uma diversificação pragmática”, afirma o estudo da Chainalysis.

“A inclusão do bitcoin pode ser uma abordagem estratégica para diminuir a dependência de reservas que são baseadas no dólar ou em ativos atrelados a commodities”.

Reserva estratégica dos Estados Unidos
Em março deste ano, os Estados Unidos se tornaram o primeiro país de grande relevância econômica a reconhecer o bitcoin como um ativo de reserva, através de uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump.

A senadora republicana Cynthia Lummis, uma das defensoras mais ativas da reserva em bitcoin, apresentou um projeto de lei denominado Bitcoin Act 2025. De acordo com essa proposta, o Tesouro dos Estados Unidos deverá adquirir 200 mil bitcoins anualmente ao longo de cinco anos, resultando em um total de um milhão de bitcoins em posse do órgão.

No entanto, essa proposta ainda precisa passar pela aprovação do Congresso americano. Em relação à ordem executiva de Trump, a reserva será composta pelos bitcoins que o governo possui devido a processos legais ou investigações criminais.

Em resumo, ao invés de leiloar as criptomoedas, como era a prática habitual, o governo decidiu manter o bitcoin como um ativo estratégico.

Bitcoin como “estratégia de guerra”

Segundo os analistas da Chainalysis, o Tesouro dos Estados Unidos possui vários mecanismos, como transferências internas e realocações, que permitirão que a reserva estratégica de bitcoin seja “neutra” do ponto de vista orçamentário, um desafio que tem se tornado recorrente para o país.

Dessa forma, o Departamento do Tesouro irá reunir todos os bitcoins perdidos por agências federais em uma única reserva centralizada.

“Essa estratégia atende a diversos objetivos: mantém a exposição a uma classe de ativos digitais em desenvolvimento, evita as repercussões políticas de aquisições financiadas pelos contribuintes e fortalece a posição dos EUA como líder em tecnologia blockchain”, afirmam os analistas.

Da mesma forma, a China também acumulou uma quantidade considerável de criptomoedas confiscadas — estimadas em US$ 50 bilhões em 2023 — e está supostamente analisando como gerenciar esses ativos.

Contudo, a ausência de uma política nacional unificada para a apreensão de criptomoedas no país leva as autoridades provinciais a gerenciarem esses ativos de maneira independente. Muitas vezes, as participações são vendidas através de corretores privados, sem a devida transparência ou coordenação.

“Uma transição para uma política nacional mais coordenada poderia representar uma mudança significativa na postura do governo em relação aos ativos digitais em nível estadual”, afirmam os analistas.

Essa abordagem fragmentada levanta preocupações sobre corrupção, desvalorização ao longo do tempo e a falta de uma estratégia coerente.


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