Wall Street começou a sessão desta sexta-feira com um aumento significativo, impulsionada pela divulgação do relatório oficial de empregos, conhecido como payroll.
Confira operam os índices de Nova York após a abertura:
- S&P 500: +0,95%, aos 5.995,98 pontos;
- Dow Jones: +1,01%, aos 42.747,19 pontos;
- Nasdaq: +1,10%, aos 19.511,09 pontos.
O índice S&P 500 se aproximou dos 6 mil pontos, enquanto o Dow Jones registrou um aumento superior a 400 pontos logo após a abertura do mercado.
O VIX (CBOE Volatility Index), que avalia a aversão ao risco em Wall Street e é frequentemente chamado de “termômetro do medo”, está em queda, situando-se em torno dos 17 pontos.
O que movimenta com Wall Street hoje?
Os investidores estão respondendo ao aguardado relatório oficial de empregos dos Estados Unidos. O payroll revelou a criação de 139 mil novas vagas em maio, uma desaceleração em relação a abril, mas superando as expectativas para o período.
Economistas consultados pela Reuters haviam previsto a adição de 130 mil postos de trabalho, após os 177 mil registrados em abril. As projeções variavam entre 75 mil e 190 mil empregos.
A taxa de desemprego, por sua vez, se manteve em 4,2% pelo terceiro mês seguido.
Após a divulgação dos dados, o mercado reforçou as expectativas de um corte de até 50 pontos-base na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) até o final do ano, com setembro sendo o mês mais indicado para essa redução.
Além disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar a abordagem do Fed e afirmou que o Banco Central deveria realizar um corte de 1 ponto percentual. Atualmente, a taxa básica de juros está entre 4,25% e 4,50% ao ano.
“Se o Fed agir tarde demais, será um desastre! A Europa já fez 10 cortes de juros, enquanto nós não tivemos nenhum. Apesar disso, nosso país está indo muito bem; precisamos de um corte de um ponto inteiro”, declarou ele em referência ao presidente do BC, Jerome Powell.
Uma série de informações divulgadas no início desta semana indicou uma possível desaceleração econômica, levantando dúvidas sobre os efeitos das negociações tarifárias e os próximos passos do Federal Reserve, que se reunirá para discutir a política de juros nos dias 17 e 18 de junho.
Na quinta-feira (6), o Departamento do Trabalho dos EUA anunciou que os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior superaram as expectativas, totalizando 247.000, em comparação com a estimativa de 236.000.
No dia anterior (5), o relatório da ADP revelou que a criação de vagas no setor privado foi de apenas 37 mil em maio, bem abaixo da expectativa do mercado, que era de cerca de 110 mil.
Além disso, a atividade no setor de serviços dos EUA também apresentou um desempenho inesperadamente fraco no mês passado. De acordo com dados do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) divulgados na quarta-feira (5), o índice de serviços do ISM caiu para 49,9%, ficando abaixo da previsão de 52,1% do Dow Jones e sinalizando uma contração na atividade.
Acordos comerciais
Os investidores estão atentos ao progresso das negociações comerciais dos Estados Unidos com seus parceiros internacionais.
Em uma entrevista à Reuters, o comissário de agricultura da União Europeia (UE), Christophe Hansen, afirmou que o bloco está disposto a considerar a redução das tarifas sobre as importações de fertilizantes dos EUA como parte das conversas com o governo Trump. No entanto, ele destacou que não irá comprometer os padrões de segurança alimentar em busca de um acordo.
“Certamente, essa é uma possibilidade”, comentou Hansen sobre a diminuição das tarifas sobre os fertilizantes. “Isso será discutido. Acredito que isso representaria um grande avanço e uma oferta significativa para os EUA”, acrescentou, observando que será necessário negociar se isso resultaria em tarifas zeradas ou em uma redução das taxas atuais.
As exportações americanas enfrentam tarifas padrão da UE de 5,5% sobre amônia e 6,5% sobre fertilizantes nitrogenados, além de uma tarifa antidumping adicional de 29,48 euros por tonelada aplicada ao nitrato de ureia e amônio dos EUA.
Na quarta-feira (5), o presidente Donald Trump também fez progressos nas negociações com a China. Ele e o presidente chinês Xi Jinping mantiveram uma conversa telefônica. Segundo Trump, as discussões comerciais entre os dois países continuam e estão “em boa direção”.
Briga entre Trump e Musk
O mercado está observando de perto a troca de críticas entre Trump e o bilionário Elon Musk, ex-membro de sua equipe, que se intensificou nos últimos dias.
Na quarta-feira (5), o presidente expressou sua “grande decepção” em relação a Musk, que rapidamente respondeu alegando que “sem mim, Trump não teria vencido a eleição”, em um post no X. A tensão aumentou quando Trump se referiu a Musk como “louco” e indicou a possibilidade de cancelar os contratos governamentais de suas empresas. Como resultado, a Tesla viu seu valor de mercado despencar mais de US$ 152 bilhões em um único dia.
Já nesta sexta-feira (6), as ações da fabricante de carros elétricos se recuperaram, subindo mais de 4%, em um movimento para compensar as perdas anteriores.
Essa mudança no clima do mercado ocorre após uma reportagem do Politico, que revelou que Trump havia marcado uma ligação com Musk para discutir uma possível trégua. Contudo, um alto funcionário da Casa Branca informou à NBC News que Trump “não está interessado” em conversar com Musk.

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