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Rumo (RAIL3) sobe mais de 1% após anúncio de dividendos bilionários; é hora de comprar as ações?

As ações da Rumo (RAIL3) estão entre as que mais se valorizaram no Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (12), apresentando um desempenho positivo mesmo em meio à aversão ao risco no mercado local.

Por volta das 12h (horário de Brasília), RAIL3 mostrava uma alta de 1,04%, com o preço atingindo R$ 19,43, após um leilão que permitiu a oscilação máxima na B3.

A valorização das ações se deve ao comunicado sobre dividendos extraordinários. A empresa irá distribuir R$ 1,5 bilhão em dividendos, correspondendo a R$ 0,81 por ação.

Esse pagamento será realizado no dia 25 de junho e será destinado aos acionistas que estiverem registrados até a próxima segunda-feira (16). A partir de 17 de junho, as ações serão negociadas sem o direito aos dividendos.

Surpresa positiva

Para a XP, o comunicado sobre os dividendos da Rumo é um sinal positivo e já era visto como uma “opção viável” para alocação de capital.

Os analistas Pedro Bruno, Matheus Sant’anna e João Ramiro destacaram que essa distribuição é especialmente significativa, marcando um aumento considerável em comparação aos aproximadamente R$ 350 milhões que foram distribuídos nos últimos dez anos.

Eles acreditam que esse anúncio demonstra a confiança da empresa em seus resultados futuros, especialmente após um começo de ano “desafiador”, mas que agora apresenta melhorias notáveis nas projeções de produção de grãos, na precificação logística e no controle de custos no primeiro trimestre de 2025.

Na mesma perspectiva, o BTG Pactual acredita que o atual pagamento de dividendos indica uma nova fase de equilíbrio entre o crescimento da empresa e a entrega de retorno aos acionistas, “aumentando a atratividade das ações em um momento de valuation favorável”.

Por sua vez, o Goldman Sachs ressalta que essa distribuição não deverá afetar a alavancagem da Rumo, que é avaliada pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda. De acordo com os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Martins, “o total representa um leve aumento de 0,2 vezes na relação dívida líquida/Ebitda, enquanto a empresa tinha uma alavancagem confortável de 1,6 vezes no primeiro trimestre de 2025”.

Em contrapartida, o Bradesco BBI prevê que haverá efeitos sobre a geração de caixa da empresa. “Acreditamos que, apesar da expectativa de uma melhora significativa nos resultados em 2025, considerando os investimentos projetados entre R$ 5,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões e nossa previsão de pagamento de juros de R$ 3,2 bilhões, a geração de caixa pode ser impactada neste ano”, comentaram André Ferreira e José Ricardo Rosalen.

Eles também mencionaram que o pagamento dos dividendos pode limitar “um pouco” a flexibilidade financeira da companhia, especialmente com a fase 1 do projeto do Rio Verde a ser concluída até 2026 e as fases 2 e 3 exigindo cerca de R$ 10 bilhões em investimentos.

E a Cosan?

Os analistas do Goldman Sachs veem a notícia como favorável também para a Cosan (CSAN3), controladora da Rumo. Contudo, eles ressaltam que isso, por si só, pode não ser suficiente para aumentar significativamente o índice de cobertura de juros da Cosan.

O Bradesco BBI estima que a Cosan deve receber cerca de R$ 450 milhões em dividendos, o que pode ajudar a manter o índice de cobertura de juros acima de 1x até o final do ano, conforme afirmaram os analistas Vicente Falanga e Ricardo França.

Por sua vez, o BTG Pactual observou que a distribuição de dividendos pela Rumo levanta questionamentos sobre se essa medida também poderia servir como um apoio à controladora Cosan em seu processo de redução de dívida, mesmo sendo uma resposta às críticas sobre a falta de retorno aos acionistas.

É hora de comprar Rumo?

De acordo com a análise do BTG Pactual, as ações da Rumo estão sendo negociadas a múltiplos inferiores em comparação a outras empresas do setor. Desde janeiro, a RAIL3 apresenta uma valorização de 9,50%.

“O desempenho operacional abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2025 e os elevados níveis de investimento são fatores que contribuem para essa performance. Contudo, os dados referentes a maio indicam uma recuperação nos preços e volumes de frete, o que pode impulsionar a reavaliação dos ativos”, afirmaram os analistas.

O banco reafirmou sua recomendação de compra, estabelecendo um preço-alvo de R$ 25, o que indica um potencial de valorização de 30% em relação ao preço de fechamento anterior.

A XP também sustenta a classificação de compra para as ações da RAIL, com um preço-alvo fixado em R$ 28, o que sugere uma alta potencial de 45,6% sobre o valor observado na última quarta-feira (11).

Por outro lado, o Goldman Sachs mantém uma recomendação neutra para esses papéis, com um preço-alvo de R$ 21, o que representa uma valorização estimada de 9,2% nos próximos 12 meses.


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