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A China emitiu um aviso sério aos países que decidirem firmar acordos com Trump, sinalizando que não tolerará tais ações

Nesse ínterim, Pequim busca utilizar a Coreia do Sul como uma estratégia para triangular suas exportações e mitigar os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

A China demonstra impaciência em relação à guerra comercial com os Estados Unidos e enviou um aviso contundente aos países que optarem por firmar acordos com o presidente americano, Donald Trump.

A mensagem é clara: Pequim se opõe veementemente a qualquer nação que estabeleça acordos que prejudiquem seus interesses, conforme declarado pelo Ministério do Comércio nesta segunda-feira (21).

Além disso, a China advertiu que tomará “medidas firmes” e contramedidas equivalentes caso essa situação se concretize.

Apesar do aviso, a China também se mostra receptiva àqueles que estiverem prontos para enfrentar a pressão das tarifas americanas, destacando sua disposição em reforçar a solidariedade e a cooperação com todos os envolvidos para resistir à guerra comercial promovida por Trump.

Na declaração divulgada nesta segunda-feira, o ministério chinês enfatizou que nenhum país estará imune diante do unilateralismo e do protecionismo.

“Se o comércio internacional se transformar em uma lei da selva, onde os mais fortes dominam os mais fracos, todos os países acabarão se tornando vítimas”, afirmou.

Trump diz que China pediu alívio antes de retaliar

Antes que a China intensificasse sua postura, Trump declarou que Pequim havia demonstrado uma disposição para se aproximar dos EUA, visando um possível acordo, mesmo após a imposição de tarifas de 145% sobre as importações chinesas.

Na última quinta-feira (17), durante uma entrevista na Casa Branca, o republicano optou por ser impreciso e não revelou o estado atual das negociações ou quem havia feito o contato, mas afirmou que é “bastante claro que o presidente chinês Xi [Jinping] se comunicou conosco”.

A China, por sua vez, confirmou que continua em contato com os EUA, mas ressaltou que essa comunicação ocorre em um nível operacional e que está aberta ao diálogo fundamentado no “respeito mútuo”.

O aviso emitido hoje pelo Ministério do Comércio surge em um contexto em que diversos países estão buscando reduções ou isenções das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.

As tarifas recíprocas foram suspensas por 90 dias no início deste mês para todos os países, exceto para a China, que respondeu com tarifas de retaliação. Em vez disso, os EUA implementaram taxas de 10% durante a trégua comercial.

Donald Trump não demonstra pressa para encerrar a guerra tarifária, afirmando que há “muito tempo” disponível para as negociações entre as nações.

Made in Korea, by China

Enquanto as tarifas permanecem em vigor, a China parece ter encontrado uma solução para seus desafios de exportação para os EUA — pelo menos segundo o Serviço de Alfândega da Coreia.

A Coreia do Sul observou um aumento nas tentativas de camuflar produtos estrangeiros como exportações coreanas, especialmente aqueles provenientes da China, com o objetivo de evitar as altas tarifas.

“Houve um crescimento nas tentativas de exportações disfarçadas durante o primeiro mandato de Trump e prevemos uma tendência semelhante”, afirmou Lee Kwang-woo, diretor de planejamento de investigações do serviço alfandegário sul-coreano, em uma coletiva nesta segunda-feira (21).

EUA vs. China: Sem acordo, as duas potências perdem

E o montante é significativo. Até agora, cerca de US$ 20 milhões (cerca de R$ 116 milhões) foram identificados em violações relacionadas à origem dos produtos apenas no primeiro trimestre deste ano — 97% desses envios tinham como destino os Estados Unidos, após uma investigação especial realizada no mês passado.

Em contraste, esse “pequeno” valor se equipara aos US$ 25,2 milhões (aproximadamente R$ 146 milhões) em violações registradas durante todo o ano de 2024 na Coreia do Sul.

Enquanto a guerra continua, juros da China permanecem inalterados

Ignorando os impactos da guerra comercial, o Banco do Povo da China (PBoC) decidiu manter, nesta segunda-feira (21), a taxa de empréstimo em 3,1% ao ano e 3,6% para o prazo de cinco anos.

Apesar da pressão gerada pelas tarifas e da inflação persistentemente baixa que poderiam justificar uma flexibilização da política monetária, a manutenção das taxas já era amplamente antecipada.

Isso se deve ao fato de que o banco central não fez alterações nas taxas principais — o que geralmente indica que as LPRs (taxas de referência de empréstimo), que afetam diversos financiamentos habitacionais, corporativos e imobiliários, permanecerão inalteradas.

Entretanto, muitos economistas projetam novos cortes nas taxas ainda neste ano, à medida que os efeitos das tarifas dos EUA comecem a impactar a economia chinesa.


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