Nesta quinta-feira (24), a China solicitou o cancelamento de todas as tarifas “unilaterais” impostas pelos Estados Unidos, enquanto surgem indícios de que o governo de Donald Trump pode estar disposto a reduzir sua guerra comercial com Pequim.
Pequim também esclareceu que não houve negociações comerciais com Washington, apesar das insistentes afirmações do governo dos EUA sugerindo que houve algum tipo de diálogo.
O presidente Donald Trump tem reiterado que pretende fechar um acordo com a China e, na quarta-feira, mencionou que houve “contato direto” entre os dois países. Ele classifica suas tarifas como “recíprocas” e afirma que essas taxas têm como objetivo corrigir desequilíbrios comerciais considerados injustos em relação aos EUA.
O porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong, afirmou que os Estados Unidos deveriam retirar todas as “medidas tarifárias unilaterais” contra a China se realmente desejarem resolver a questão comercial.
A Reuters informou na quarta-feira que, segundo uma fonte a par do assunto, o governo Trump está considerando a possibilidade de reduzir as tarifas sobre os produtos chineses importados, atualmente em 145%, para uma faixa entre 50% e 65%, dependendo do andamento das negociações com Pequim.
He também solicitou que os EUA levem em conta as “vozes racionais” da comunidade internacional e dos setores internos.
“O governo da China e os Estados Unidos não realizaram consultas ou negociações sobre tarifas, muito menos chegaram a um acordo”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa distinta, classificando as alegações sobre tais interações como “notícias falsas”.
A China organizou uma mesa redonda na quarta-feira para discutir as preocupações de mais de 80 empresas e câmaras de comércio estrangeiras sobre o impacto das tarifas dos EUA em seus investimentos e operações no país, conforme relatado pelo Ministério do Comércio.
“O foco deve ser transformar crises em oportunidades”, afirmou o vice-ministro do Comércio, Ling Ji, durante o encontro, garantindo que trabalharão para resolver os desafios enfrentados pelas empresas estrangeiras.
Em Washington, o presidente do banco central da China, Pan Gongsheng, declarou que o país continuará a apoiar firmemente as regras de livre comércio e o sistema de comércio multilateral, durante comentários feitos em uma reunião do G20 que ocorreu paralelamente às reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial.
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