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A Prada planeja comprar a Versace por R$ 8,1 bilhões, visando expandir sua presença no mercado de luxo e moda.

A aquisição vinha sendo debatida no mercado há meses, e essa movimentação reforça a posição da empresa de Miuccia Prada em relação aos grandes conglomerados de luxo franceses.

A moda italiana, e possivelmente a mundial, acaba de viver um momento decisivo nesta quinta-feira (10). A renomada marca de luxo Prada anunciou a compra da concorrente Versace, que estava sob a propriedade da Capri Holdings.

O valor da transação foi estipulado em 1,25 bilhão de euros (cerca de R$ 8,1 bilhões na cotação atual). No entanto, o investimento total de Miuccia Prada será um pouco maior, pois a empresa planeja investir mais 250 milhões de euros para dar início a uma nova fase na Versace, que enfrenta desafios desde que o setor de luxo foi impactado pela desaceleração do consumo na China.

Com essa aquisição, a Prada busca se posicionar de forma mais competitiva em relação aos grandes grupos de luxo franceses, como LVMH e Kering, proprietário da Gucci.

Mariana Cerone, professora do hub de luxo da ESPM, comenta que “o Prada Group representa uma ameaça para o império da LVMH”. Ela destaca que Miuccia Prada é uma estrategista que valoriza o legado das marcas italianas ao integrar a Versace ao seu conglomerado.

Cerone também enfatiza que a Prada representa o luxo mais sutil, enquanto a Versace é sinônimo de extravagância. Para ela, o consumidor de luxo contemporâneo deseja explorar essas duas estéticas: ora optando pelo “quiet luxury”, ora pela ostentação.

Com a aquisição da marca de Donatella Versace, o grupo de Miuccia Prada consegue oferecer duas propostas distintas dentro do mesmo conglomerado.

Segundo a especialista, “o que está em jogo nessa transação bilionária é a criação de um novo tipo de poder simbólico no setor de luxo. Não estamos mais falando apenas de marcas, mas de ecossistemas. O vencedor será aquele que souber entrelaçar esse legado com as novas demandas dos consumidores”.

A inclusão da Versace ao portfólio do Prada Group abre novas oportunidades de crescimento, mesmo que a empresa enfrente os desafios do setor. No ano passado, a receita da Prada cresceu 15%, impulsionada pelas vendas da Miu Miu.

Entretanto, um dos desafios será a transição após a saída de Donatella Versace da direção criativa, cargo que ocupou por quase 30 anos. Ela continuará atuando nos bastidores como embaixadora principal, enquanto Dario Vitale, que vinha da Miu Miu, assumirá a direção criativa.

Laura Wie, professora de História da Moda na FAAP e em outras instituições, observa que “Dario Vitale vem de um contexto quase oposto ao da Versace” e questiona se ele conseguirá manter os traços audaciosos e a influência artística barroca que caracterizam a marca.

Donatella deixa uma marca registrada no mundo da moda com seu estilo sexy e extravagante. Mariana Cerone ressalta que “Donatella foi fundamental para preservar o legado de Gianni e o evoluiu com uma visão ousada”.

Esse movimento ocorre em meio à guerra comercial iniciada por Donald Trump, que pode impactar a demanda por produtos de luxo e afetar as cadeias globais de suprimentos.

As ações da Capri Holdings sofreram uma queda de 36% em uma semana, mas tiveram uma leve recuperação após Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas para quase todos os países, exceto a China.


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