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A tarifa total de 145% imposta pelos EUA sobre a China faz com que as bolsas voltem a sofrer quedas — o Dow Jones perde mais de mil pontos, enquanto o Ibovespa registra uma queda de 1%; o dólar ultrapassa os R$ 5,93

A animação da sessão anterior foi substituída pelas incertezas geradas pela guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta; nesta quinta-feira (10), Wall Street e B3 perdem os ganhos acumulados.

A recuperação histórica de Wall Street já faz parte do passado do mercado. Um dia após o terceiro maior ganho diário desde a Segunda Guerra Mundial, a realidade das tarifas volta a impactar a bolsa de Nova York — e o Ibovespa também sofre, enfrentando perdas significativas, enquanto o dólar se valoriza.

Na quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma redução temporária das tarifas para os países que não retaliaram os EUA. Durante 90 dias, taxas reduzidas de 10% estarão em vigor.

Essa decisão fez com que o S&P 500 disparasse mais de 9%, marcando seu terceiro maior ganho em um único dia desde a Segunda Guerra. O Dow Jones teve o maior aumento percentual desde março de 2020, enquanto o Nasdaq registrou seu maior avanço diário desde janeiro de 2001 e o segundo melhor dia já contabilizado.

O volume de negociações foi excepcional: 30 bilhões de ações, o maior registrado na história.

No entanto, nesta quinta-feira (10), tudo isso já é passado. O Dow Jones chegou a perder mais de mil pontos, equivalendo a uma queda de 2,5%, enquanto o S&P 500 recuou mais de 3% e o Nasdaq registrou uma queda de 4%.

Aqui no Brasil, as perdas seguem a mesma tendência observada em Wall Street. O Ibovespa caiu 1%, ficando abaixo dos 127 mil pontos, enquanto o dólar à vista se valorizou, superando R$ 5,90, devido à saída de capitais em meio às incertezas da guerra comercial entre os EUA e a China.

Nem mesmo a deflação nos Estados Unidos em março consegue animar os investidores. No mês passado, o índice de preços ao consumidor (CPI) apresentou uma queda de 0,1% em relação a fevereiro, quando a expectativa era de um aumento de 0,1%.

O índice DXY, que mede a força do dólar frente a outras moedas fortes, atingiu novas mínimas com a divulgação do CPI, chegando a 101 pontos. Os rendimentos dos títulos da dívida do governo dos EUA também acompanharam essa queda assim que os dados sobre a inflação foram divulgados.

No mercado de petróleo, os preços dos contratos futuros despencam: o Brent — que é a referência internacional e utilizado pela Petrobras (PETR4) — cai mais de 4%, enquanto o WTI, referência do mercado americano, registra uma queda superior a 5%, operando abaixo de US$ 60 por barril.

Por que a bolsa caiu após a euforia com Trump

Apesar do otimismo gerado pela redução das tarifas por 90 dias anunciada por Trump, alguns analistas afirmam que o mercado ainda está longe da segurança total — e isso se deve em grande parte à guerra comercial entre China e EUA.

Além da redução temporária das tarifas para 10%, o presidente americano também anunciou um aumento das taxas sobre produtos importados da China, elevando-as de 104% para 125%.

Com isso, o total de tarifas sobre a China agora chega a 145%, considerando os 20% relacionados ao fentanil, conforme informou um alto funcionário da Casa Branca à CNBC.

A decisão de Trump foi uma resposta à retaliação apresentada por Pequim algumas horas antes: os produtos americanos passaram a ter uma taxa de imposto de 84%, em vez dos anteriores 34% para entrar na China.

“O aumento das tarifas sobre a China, combinado com o adiamento em outras taxas, resulta em uma alíquota efetiva de 23%, atingindo máximas históricas”, afirma Michael Gapen, economista-chefe do Morgan Stanley nos EUA. “Embora os adiamentos ajudem, eles não reduzem a incerteza.”

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Bolsa na Ásia e na Europa em alta

Na Ásia, os mercados fecharam em alta. O índice Nikkei, da bolsa japonesa, registrou um aumento de 9%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 6,6%.

Na China, mesmo diante do aumento das tarifas anunciado por Trump, as bolsas também tiveram um desempenho positivo. O CSI 300, que é o índice de referência no país, subiu 1,31%, e o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 2,06%.

Na Europa, as bolsas estão se beneficiando dos ganhos observados em Wall Street no dia anterior e devem encerrar o dia com resultados expressivos.

Mais cedo, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou que a União Europeia irá suspender por 90 dias a implementação de tarifas retaliatórias sobre diversos produtos norte-americanos.

Na quarta-feira (9), os membros da UE aprovaram um pacote de medidas que foi elaborado em resposta às tarifas de 25% impostas pelos EUA sobre aço e alumínio no mês passado.

As tarifas europeias devem ser finalizadas nos próximos dias, com uma parte inicial prevista para entrar em vigor no dia 15 de abril.

Embora a lista completa dos produtos afetados ainda não tenha sido divulgada, a CNBC informa que ela inclui itens como vestuário, aves, grãos e máquinas.


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