De acordo com o fato relevante, a captação apresentou uma demanda superior à esperada, o que permitiu a negociação de uma taxa de juros.
Os investidores da Gol (GOLL4) podem finalmente respirar aliviados após um período difícil que levou as ações da empresa a uma queda superior a 85% desde o anúncio da recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) em janeiro do ano passado.
Nesta sexta-feira (16), a companhia aérea revelou que conseguiu captar US$ 1,9 bilhão por meio da emissão de instrumentos de dívida, fundos que serão utilizados para facilitar sua saída da recuperação judicial nos EUA.
De acordo com o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa recebeu compromissos vinculativos de credores e investidores para o financiamento, o que representa aproximadamente R$ 10,8 bilhões, com base nas taxas de câmbio atuais do dólar.
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O acordo da Gol (GOLL4) com os credores
Ao todo, a empresa precisava levantar US$ 1,9 bilhão.
A maior parte desse montante (US$ 1,25 bilhão) já estava assegurada por um acordo com a Castlelake, uma gestora global de investimentos alternativos, e a Elliott Investment Management, um dos maiores fundos de investimento do mundo. Juntas, essas instituições se comprometeram a subscrever até US$ 1,25 bilhão.
Para completar o valor necessário, a empresa ainda precisava captar mais US$ 495,5 milhões (aproximadamente R$ 2,8 bilhões considerando a cotação atual do dólar). No final das contas, a Gol recebeu compromissos de compra totalizando US$ 796,9 milhões (R$ 4,53 bilhões), indicando que a demanda superou as expectativas iniciais.
Dessa forma, a empresa conseguiu negociar uma taxa de juros mais baixa para o financiamento, que passou de 14,625% para 14,375%.
Os recursos captados serão utilizados para quitar o financiamento temporário que a Gol adquiriu durante o processo de recuperação judicial, conhecido como financiamento de devedor em posse. Além disso, parte do montante será destinada ao pagamento dos custos da transação, que incluem as despesas relacionadas ao processo de recuperação e à emissão dos títulos de dívida.
Os fundos também servirão para fortalecer a liquidez da empresa após a saída do Chapter 11, assegurando que a Gol tenha capital de giro suficiente para manter suas operações e atender a outras demandas do negócio.

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