Com a negociação, o Pátria deixa de ser o acionista majoritário da empresa, e essa posição agora é assumida pela família Corona.
Na última sexta-feira (12), os fundos administrados pelo Pátria Investimentos realizaram a venda de uma participação de 16,5% no capital da Smart Fit (SMFT3), em uma transação que totalizou R$ 2,2 bilhões. De acordo com o comunicado da gestora, ela ainda possui 13,6% das ações da rede de academias.
Com a venda, o Pátria deixa de ser o acionista majoritário da empresa, e essa posição agora é ocupada pela família Corona, que detém 14,9% do capital. As ações da companhia encerraram o pregão da última sexta-feira com uma queda de 4,75%, cotadas a R$ 22,26. No acumulado do ano, os papéis da empresa apresentaram uma alta de aproximadamente 33%.
“A transação anunciada hoje é parte do ciclo natural de um fundo de private equity, que busca, ao longo do tempo, gerar valor e retornos consistentes para os investidores”, afirmou Luis Felipe Cruz, sócio do Pátria Investimentos, em comunicado.
Além disso, o Pátria se comprometeu a não vender as ações restantes nos próximos seis meses.
Nos últimos anos, o Pátria Investimentos tem diminuído sua participação na Smart Fit. O último movimento ocorreu em julho de 2023, quando a gestora vendeu 2,6% do capital em um leilão na B3. Antes disso, em 2022, já havia realizado uma oferta subsequente de ações (follow-on), arrecadando R$ 600 milhões com a venda de parte de sua participação.
Smart Fit (SMFT3): como foi o desempenho da rede de academias no 1T25?
A SmartFit apresentou os resultados do primeiro trimestre de 2025 na última quinta-feira (8), e segundo o BTG Pactual, os dados foram considerados robustos.
Entre janeiro e março deste ano, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 140,3 milhões, representando um crescimento de 27% em comparação ao primeiro trimestre de 2024. A receita líquida alcançou R$ 1,678 bilhão, com um aumento de 33% em relação ao ano anterior.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 520 milhões, resultando em uma margem de 31%, um acréscimo de 0,5 ponto percentual (p.p) em relação ao mesmo período do ano passado.
Esses resultados foram impulsionados pela adição de 5,2 milhões de novos membros nas academias físicas, um crescimento de 16% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. No segmento digital, o número de assinantes chegou a 400 mil, com um aumento anual de 28%.
O crescimento foi observado em todas as regiões: no Brasil, houve uma alta de 10% nos últimos 12 meses; no México, o aumento foi de 16%; e nos demais países da América Latina, a expansão foi de 24%, mantendo-se como um destaque.
Nos últimos 12 meses, a rede inaugurou 290 novas academias e alcançou R$ 1,8 bilhão em vendas no trimestre, um crescimento anual de 33%, superando as expectativas do BTG Pactual.
Além disso, a TotalPass, plataforma corporativa do grupo, chegou a contar com 23 mil academias parceiras no Brasil, distribuídas em mais de 1.550 cidades. No México, o número de unidades cadastradas se aproximou de 7 mil.
O que fazer com as ações da Smart Fit?
Segundo o BTG Pactual, este é o momento ideal para adquirir ações da empresa.
Os analistas destacaram em um relatório que “a Smart Fit continua a ser uma das principais referências no setor de academias na América Latina, com mais da metade de suas vendas provenientes de fora do Brasil. O sólido desempenho no primeiro trimestre fortalece sua posição de liderança.”
A empresa também está em busca de novas oportunidades de crescimento, com ênfase na expansão internacional através de franquias e modelos inovadores. Apesar de as ações estarem com um preço elevado, o banco projeta um crescimento significativo no lucro por ação.
Entretanto, alguns riscos devem ser monitorados, como a possível canibalização entre suas unidades e a concorrência com redes como a Bluefit, que conta com o apoio da gestora de ativos Mubadala, vinculada ao fundo soberano de Abu Dhabi.
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