A economia brasileira registrou um crescimento superior a 1% no primeiro trimestre, impulsionada pelo desempenho mais robusto da agropecuária em dois anos. Esse início promissor ocorre em um ano em que se prevê uma moderação na atividade econômica devido à política monetária restritiva.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30).
Esse resultado está alinhado com as expectativas de uma pesquisa da Reuters para o período de janeiro a março e representa o maior crescimento desde o segundo trimestre do ano passado (+1,5%).
O desempenho econômico apresentou uma aceleração significativa em comparação com o final do ano passado, quando o PIB cresceu apenas 0,1% no quarto trimestre, conforme revisado pelo IBGE, que antes havia informado um crescimento de 0,2%.
Em relação ao primeiro trimestre de 2024, o PIB cresceu 2,9%, ligeiramente abaixo da expectativa de 3,2% para essa comparação.
A agropecuária, que representa cerca de 6,5% da economia, foi o principal motor desse crescimento nos primeiros três meses do ano, apresentando uma expansão de 12,2% em relação ao quarto trimestre.
Esse resultado foi o melhor para o setor desde o primeiro trimestre de 2023. A leitura positiva já era antecipada por analistas devido a condições climáticas favoráveis, aumento da produtividade e uma produção recorde de soja.
“A agropecuária apresenta dois efeitos positivos, impulsionados por condições climáticas mais favoráveis e pela concentração das colheitas no primeiro semestre, como soja, arroz, milho e fumo. A soja é nossa principal cultura e sua colheita ocorre predominantemente nessa época”, afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
“Além dos fatores climáticos e da concentração da colheita, temos uma base deprimida em 2024 e um aumento na produtividade. O cenário está bastante favorável para o setor agropecuário”, completou.
No setor de produção, os serviços — que representam cerca de 70% da economia brasileira — cresceram 0,3%, após um aumento de 0,2% no quarto trimestre do ano anterior.
“O grande destaque entre os serviços foi a área de informação e comunicação, impulsionada pelo crescimento do acesso à internet e pelo desenvolvimento de sistemas. Essa atividade cresceu mais de 38% desde a pandemia”, explicou Palis, ressaltando um avanço de 3,0% nessa categoria no primeiro trimestre em comparação com o quarto.
Por outro lado, a indústria registrou uma queda de 0,1% no período, após oito trimestres consecutivos de crescimento, sendo pressionada pelos setores de transformação (-1,0%) e construção (-0,8%).
“O setor industrial está sendo impactado negativamente pela política monetária restritiva”, concluiu Palis.

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