A Moody’s alterou a perspectiva do Brasil, passando de positiva para estável, devido à expectativa de que o ajuste fiscal levará mais tempo do que o inicialmente previsto. Essa análise foi apresentada por Samar Maziad, vice-presidente e analista sênior responsável pela classificação soberana do Brasil na agência.
Em sua participação no evento Inside LatAm Brasil 2025, realizado em São Paulo nesta terça-feira (10), Maziad explicou os fundamentos dessa alteração na avaliação do país, que foi divulgada no final de maio. Essa decisão sugere que a classificação do Brasil não deve ser elevada em um futuro próximo.
No final do ano passado, a Moody’s elevou a classificação de crédito soberano do Brasil de Ba2 para Ba1, que está um nível abaixo do grau de investimento, e atribuiu uma perspectiva positiva.
Contudo, de acordo com Samar Maziad, a falta de progresso consistente nas questões fiscais frustrou as expectativas e deve retardar uma possível melhoria na nota.
“A mudança na perspectiva do Brasil se deve ao fato de que o ajuste fiscal levará mais tempo. O país continuará a buscar suas metas fiscais, mas o fortalecimento da credibilidade será um processo mais demorado”, declarou.
Ela ressaltou que essa confiança adicional está condicionada à aprovação de novas reformas, especialmente no que diz respeito aos gastos públicos. Além disso, mencionou que as taxas de juros elevadas também impactaram essa dinâmica.
“Embora nosso cenário para 2024 se confirme e os acontecimentos sigam como previsto, qualquer avanço em direção a uma perspectiva positiva levará mais tempo”, afirmou.
Samar destacou que um consenso entre os poderes Executivo e Legislativo sobre reformas nos gastos poderia facilitar uma melhoria na classificação. No entanto, ela advertiu que uma diminuição nos esforços fiscais poderia prejudicar a confiança dos investidores e aumentar o custo de financiamento da dívida, potencialmente resultando em um rebaixamento da nota soberana.
Outras perspectivas
A Moody’s analisa que, nos últimos anos, o Brasil demonstrou um crescimento econômico mais forte. A agência projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 2% em 2025.
Quanto aos efeitos das altas taxas de juros, a Moody’s acredita que o impacto máximo será sentido neste ano, mesmo com a manutenção de uma política monetária rigorosa.

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