As ações da Neoenergia (NEOE3) apresentaram uma forte valorização na última hora do pregão, atingindo R$ 21,32 (+5,02%), o maior preço intradia desde fevereiro de 2020. Esse crescimento foi impulsionado por um acordo de R$ 127,5 milhões firmado no dia anterior com um fundo canadense.
O contrato com o fundo Unique Power, gerido pela Warrington Investment, envolve a venda de 50% das novas ações da Neoenergia Transmissão, que serão emitidas por meio de um aumento de capital. Além disso, o acordo inclui a transferência da participação da Neoenergia na subsidiária Itabapoana e estabelece um controle conjunto da Neoenergia Transmissão entre a empresa e os investidores.
Com a finalização da transação, o Unique Power passará a atuar em parceria com a Warrington, com ambas as partes detendo 50% da Neoenergia Transmissão. A empresa continuará a ser co-controlada pela Neoenergia.
Vale a pena comprar a ação da Neoenergia agora?
Segundo o Itaú BBA, a entrada restrita de recursos financeiros decorrente da venda do ativo e a desconsolidação da dívida associada à transação pela Neoenergia levarão a um efeito mínimo de desalavancagem.
“No entanto, reconhecemos a iniciativa da empresa em diminuir sua alavancagem, que está em 3,45x no quarto trimestre de 2024 — um índice inferior às nossas projeções na última atualização, mesmo em um contexto macroeconômico desafiador”, afirmam os analistas liderados por Fillipe Andrade.
O BBA ressalta que a desconsolidação de projetos de transmissão em desenvolvimento, que serão transferidos para a holding no contexto da joint venture com o fundo canadense, pode acelerar ainda mais o processo de desalavancagem da Neoenergia.
Nesse contexto, o banco manteve sua recomendação de compra para as ações da Neoenergia, estabelecendo um preço-alvo de R$ 37,55, o que indica um potencial de valorização de 79,3% em relação ao último fechamento.
A equipe de análise do Santander também mantém uma perspectiva otimista sobre a desalavancagem da Neoenergia e a parceria estratégica com o fundo canadense. Em seu relatório, os analistas Andre Sampaio, Guilherme Lima e João Pedro Herrero destacam que a transação envolve um patrimônio líquido de R$ 127,5 milhões para a participação e uma dívida de R$ 577 milhões. O valor presente líquido estimado para a Neoenergia é de R$ 9 milhões, com uma taxa interna de retorno (TIR) de 7,8% para o comprador, considerando o tamanho do negócio.
O Santander também recomenda a compra das ações NEOE3, com um preço-alvo de R$ 34,21, representando um potencial de valorização de 68,5% em relação ao último fechamento. Da mesma forma, o Citi aponta uma recomendação de compra para as ações da Neoenergia, com um preço-alvo fixado em R$ 34, sugerindo um potencial de valorização de 67,49%.
De acordo com o banco norte-americano, a venda de 50% da Itabapoana pela Neoenergia deve gerar uma TIR real implícita de 9,5%, abaixo da taxa implícita atual da companhia, que é de 13%. Os analistas João Pimentel e Felipe Lenza fazem uma comparação com uma transação recente da Equatorial, que vendeu seu braço de transmissão com uma TIR real implícita de 8,5%.
Além disso, os analistas lembram que em outubro de 2024 a Neoenergia já havia reclassificado seu investimento na Itabapoana como um ativo mantido para venda, desconsolidando assim sua dívida líquida do balanço da empresa. “Olhando para o futuro, novas linhas de transmissão poderiam ser monetizadas sob esta mesma parceria, apoiando a estratégia de reciclagem de capital da empresa”, afirmam os analistas.

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