A tese de investimento da Auren (AURE3) requer paciência, segundo o BTG Pactual, que recomenda a compra das ações visando o longo prazo, mas admite que atualmente a empresa apresenta um alto nível de alavancagem.
“A proposta de investimento para essa ação combina os atrativos dos benefícios de longo prazo provenientes da (significativa) fusão com os desafios imediatos relacionados à alavancagem”, afirma a equipe de analistas liderada por Antonio Junqueira.
Em 2024, a Auren adquiriu a AES Brasil, o que explica a alta alavancagem da empresa. O BTG Pactual considera que essa decisão foi acertada e, ao longo do tempo, os acionistas provavelmente enxergarão esse capítulo como positivo na trajetória da companhia.
No entanto, os analistas reconhecem que, no curto prazo, a Auren se tornou uma empresa com uma tese de investimento bastante alavancada.
A alavancagem é avaliada pela relação entre a dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Quanto maior esse número, maior é o risco financeiro. No caso da Auren, esse índice está em 5 vezes, com a dívida representando cerca de dois terços de seu valor de mercado, conforme apontam os analistas do banco.
“Por um período, a Auren deve operar com uma forte correlação inversa ao custo de financiamento no Brasil, assim como qualquer empresa alavancada em um ambiente de altas taxas de juros”.
Apesar do macro, BTG recomenda compra para Auren
Os analistas do BTG Pactual destacam que a Auren esteve sujeita à intensa volatilidade do cenário macroeconômico brasileiro, chegando a apresentar um potencial de valorização de aproximadamente 100% em relação ao preço-alvo do banco, que é de R$ 13,50, durante o período de maior pessimismo no país.
Em termos de avaliação, os analistas consideram a Auren ainda uma opção atrativa, com uma taxa interna de retorno estimada em cerca de 13%.
Entretanto, segundo a análise do banco, a situação atual da empresa deve permanecer por pelo menos mais dois anos, período em que se espera que a alavancagem caia para abaixo de 4 vezes.
O patrimônio líquido da Auren representa apenas um terço de seu valor de mercado, conforme apontado pelo BTG. De acordo com as projeções do banco, o valor de mercado atual de R$ 28 bilhões deve diminuir gradualmente para R$ 25 bilhões em 2027 e R$ 20 bilhões em 2030, assumindo que o preço das ações permaneça inalterado.
“Entre 2027 e 2030, o fluxo de caixa deve gerar um retorno anual em torno de 27%, considerando a desalavancagem natural do negócio e uma Selic elevada em dígitos únicos. A Auren é realmente uma história de conversão de dívida em patrimônio, mas que demanda paciência”, avalia o banco.
Apesar da expectativa de que fatores macroeconômicos continuem a influenciar o cenário no curto prazo, o BTG reafirma sua recomendação de compra, mantendo o preço-alvo em R$ 13,50, um valor que reflete a atualização do modelo para incluir a fusão com a AES.

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