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Balanço do Nubank desagradou? O que fazer com as ações após resultado do 1T25

O lucro líquido alcançado de US$ 557,2 milhões no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento de 74% em relação ao ano anterior, não conseguiu evitar uma reação negativa por parte do mercado. Confira a análise dos especialistas.

Após um período de tensões antes da abertura dos mercados em Wall Street, que resultou em uma queda acentuada das ações, o Nubank (ROXO24) recuperou-se e apresenta leve alta nas primeiras horas do pregão desta quarta-feira (14), após a divulgação de seus resultados financeiros.

No primeiro trimestre de 2025, o banco digital reportou um lucro líquido de US$ 557,2 milhões, representando um crescimento de 74% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A recuperação dos lucros, impulsionada principalmente pelo aumento nos empréstimos pessoais não garantidos e pela recuperação do financiamento por meio do Pix, deveria ser motivo de grande entusiasmo entre os investidores.

Entretanto, os altos custos de financiamento no México e na Colômbia, juntamente com o aumento das provisões para perdas com empréstimos, levantaram preocupações no mercado.

Veja as principais linhas do balanço do Nubank (ROXO34) no 1T25:

IndicadorResultado 1T25Projeções de consensoVariação (a/a)Evolução (t/t)
Lucro LíquidoUS$ 557,2 milhõesUS$ 561 milhões+74%+0,9%
ROE27%+4,0 p.p.-2,0 p.p.
Margem financeira líquida17,5%-2,0 p.p-0,2 p.p
Portfólio de crédito totalUS$ 24,1 bilhões+22,9%+ 16,4%

As tendências positivas do Nubank no 1T25

O BTG Pactual analisa que os resultados do Nubank revelaram tendências encorajadoras, com uma recuperação no lucro após a desaceleração observada no terceiro trimestre. Isso ocorre mesmo diante de uma margem financeira líquida mais baixa e do aumento das provisões para perdas.

O banco ressalta o crescimento na concessão de empréstimos pessoais e a reativação do financiamento por meio do Pix como fatores impulsionadores. “Com a qualidade dos ativos sob controle e uma sazonalidade mais favorável no próximo trimestre, esperamos que as margens e a rentabilidade melhorem a partir do segundo trimestre”, projetou.

O Goldman Sachs também adota uma perspectiva positiva em relação ao crescimento e à rentabilidade do Nubank.

O banco prevê uma aceleração no crescimento do crédito no México, sugerindo que, no futuro, a rentabilidade das operações nesse país pode superar a do Brasil, graças a uma oferta de produtos mais atrativa.

Um balanço nem tão positivo assim?

O JP Morgan, por sua vez, adota uma visão mista em relação aos resultados do Nubank.

Os analistas do banco explicam que a decepção com os números é atribuída a uma combinação de receita financeira líquida (NII) próxima de um ponto de inflexão e a provisões maiores, que são sazonais e impulsionadas pelo crescimento, mas que também podem se estabilizar dependendo do ciclo de crédito. Eles consideram que os resultados não foram tão negativos quanto o impacto observado nas ações no after-market sugere, embora a desaceleração da margem financeira e o aumento das provisões possam causar ruídos no curto prazo.

Embora o crescimento da base de clientes e a recuperação do financiamento via Pix sejam vistos como aspectos positivos, o banco permanece cauteloso.

Por outro lado, o Safra expressa uma avaliação negativa sobre os resultados. O banco apontou que o rendimento líquido (NII) ficou abaixo das expectativas, principalmente devido à pressão nos custos de financiamento no México. Além disso, os analistas alertaram para a dependência do Nubank em receitas relacionadas a créditos de maior risco, o que gera preocupação em um cenário de taxas de juros elevadas.

Fernando Siqueira, responsável pela pesquisa da Eleven Financial, também compartilha a visão de resultados fracos do Nubank no primeiro trimestre de 2025. Apesar do crescimento da base de clientes e do lucro, ele observa que “é claro que o banco está enfrentando um aumento na inadimplência.” O economista ainda destaca o crescimento em novos mercados como Colômbia e México, onde os custos de financiamento são mais altos, o que deve pressionar a rentabilidade no futuro. “No Brasil, os juros elevados e a crescente inadimplência devem continuar impactando negativamente os resultados financeiros”, acrescentou.

E agora, o que fazer com as ações do Nubank?

Com uma recomendação de compra para as ações do banco digital, os analistas do Goldman Sachs aumentaram o preço-alvo para US$ 18 nos próximos 12 meses, o que representa um potencial de valorização implícito de 37%.

Por outro lado, o JP Morgan mantém uma recomendação overweight, que é equivalente à compra, para as ações do Nubank.

O Safra, por sua vez, adota uma posição neutra em relação às ações do Nubank.

Já o BTG Pactual também recomenda uma abordagem neutra para os papéis do Nubank negociados em Wall Street. O preço-alvo estabelecido é de US$ 11,50 para os próximos 12 meses, indicando uma desvalorização potencial de 12,5% em relação ao fechamento mais recente.


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