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Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar

A Petlove expressa preocupações sobre a possibilidade de um monopólio regional e a distorção da concorrência no setor de produtos para pets com a formação de uma empresa gigante avaliada em R$ 7 bilhões.

A fusão entre Petz e Cobasi, que pode resultar em uma gigante de R$ 7 bilhões no mercado pet, teve um novo desenvolvimento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nesta semana. A Petlove, terceira maior varejista do setor, foi oficialmente reconhecida como interessada na análise da operação, o que pode influenciar os prazos e a direção da aprovação pelo Cade.

Com a inclusão da Petlove, a empresa poderá contestar uma possível aprovação sem restrições pela Superintendência-Geral do Cade, o que pode prolongar o prazo de decisão atual de 50 dias para até 150 dias, levando a análise para julgamento no tribunal do órgão antitruste.

Petlove vê risco de monopólio regional e distorção no mercado pet

Na documentação submetida ao Cade, a Petlove manifestou preocupações sobre os possíveis efeitos anticompetitivos da fusão, alertando que a operação pode levar à formação de monopólios regionais, o que impactaria diretamente a concorrência, os preços e a inovação no mercado pet no Brasil.

A Petlove criticou a maneira como Petz e Cobasi definiram o mercado no documento enviado à autarquia, argumentando que incluir pet shops de bairro com sortimento restrito na mesma categoria das grandes redes distorce a realidade competitiva.

“A fusão pode prejudicar a eficiência e os benefícios para os consumidores, ao centralizar o poder nas mãos de uma única empresa, que teria uma influência considerável sobre fornecedores e clientes”, declarou a Petlove.

Com um faturamento de R$ 1,75 bilhão em 2024 apenas no e-commerce, a Petlove expressa preocupações sobre sua competitividade frente à união das duas principais empresas do setor.

Cade reforça importância da contribuição da Petlove para análise técnica

A Superintendência-Geral do Cade avaliou de forma positiva a participação da Petlove no processo, ressaltando que a empresa forneceu informações valiosas para entender a dinâmica do setor.

“A Petlove é um agente ativo e possui conhecimento especializado no mercado pet. Sua inclusão enriquece a compreensão da autoridade antitruste sobre as particularidades do setor e os potenciais impactos da fusão”, afirmou o órgão.

Anunciado em agosto de 2023, o acordo de associação entre Petz e Cobasi prevê uma receita líquida combinada de R$ 6,9 bilhões e um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 464 milhões. Embora o negócio ainda esteja em análise técnica, a entrada da Petlove pode prolongar o tempo até a conclusão do processo.

Petz e Cobasi defendem que há concorrência no setor pet

Em comunicado, Petz e Cobasi afirmaram que o mercado pet no Brasil é extremamente competitivo e fragmentado, garantindo que a fusão não afetaria a variedade de participantes.

“O setor é caracterizado por uma concorrência intensa e de qualidade, tanto no ambiente físico quanto no digital. As lojas de bairro, que oferecem serviços diferenciados, ainda são a escolha de mais de 60% da população”, destacaram.


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