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Casas Bahia (BHIA3) dispara até 26% com reestruturação de dívida no radar; entenda

As ações da Casas Bahia (BHIA3) tiveram uma forte alta na abertura do pregão desta sexta-feira (6), em resposta ao anúncio de que a empresa finalizou negociações com credores para transformar parte de sua dívida em ações, o que deve ajudar a diminuir a alavancagem da companhia.

Na maior valorização do dia, até às 11h40, os papéis chegaram a subir 26%. Nesse mesmo horário, BHIA3 apresentava um aumento de 9,95%, cotada a R$ 4,42.

De acordo com o comunicado feito ao mercado, a Casas Bahia planeja antecipar a conversão da segunda série das debêntures em ações ordinárias, um processo que estava programado para iniciar somente em outubro deste ano. Ao converter essas debêntures — que são títulos de dívida emitidos pela empresa — em ações, a dívida se transforma em capital próprio, o que ajuda a diminuir o nível de endividamento da companhia.

Esse movimento representa um avanço significativo para a varejista em sua jornada rumo a uma reestruturação financeira completa. Com a implementação do plano, espera-se que a dívida bruta diminua para R$ 2,9 bilhões, e que a alavancagem caia para 0,8 vezes.

A alavancagem é calculada pela relação entre a dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Um número mais alto indica um maior risco financeiro.

Iago Souza, analista da Genial Investimentos, ressalta que essa conversão pode contribuir para reavaliar o risco de crédito e melhorar a estrutura de capital da Casas Bahia, uma vez que reduz de maneira significativa a dívida líquida da empresa.

Reestruturação financeira da Casas Bahia

A Genial já estava avaliando o impacto dessa ação na varejista, com a expectativa de que ativar a cláusula de conversão das debêntures provocasse um efeito dominó benéfico.

Segundo a Genial, este é um dos eventos de diluição acionária mais significativos do mercado atual e pode alterar completamente a estrutura de capital da Casas Bahia.

Iago Souza, da Genial, destaca que os bancos credores — Bradesco e Banco do Brasil — não se tornarão controladores após a conversão, já que ambas as instituições planejam vender suas ações para outra entidade do setor financeiro (ainda não identificada), que passará a ser o maior acionista da Casas Bahia.

A ideia que a Genial tinha anteriormente sobre uma oferta secundária de ações para diluição futura dos bancos perdeu força, uma vez que a conversão foi realizada de forma mais distribuída, o que torna a redução das despesas financeiras um pouco mais lenta do que o previsto em suas projeções.

“Reiteramos que a conversão era, em nossa opinião, a opção mais lógica e benéfica para os credores. A aceleração desse processo demonstra um maior comprometimento com o plano de transformação da empresa”, afirma o analista.

Além disso, a Casas Bahia está planejando um reperfilamento das debêntures da 1ª série, no valor de R$ 1,67 bilhão, com o objetivo de adiar o primeiro pagamento de juros de novembro de 2026 para novembro de 2027. Para a Genial, essa alteração proporciona mais flexibilidade à empresa para promover a geração de caixa nos próximos dois anos.


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