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Copom deve elevar Selic para 14,75% em meio a incertezas globais e inflação desancorada, segundo Itaú BBA

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve optar por um novo aumento da taxa Selic, elevando os juros em 0,50 ponto percentual, alcançando 14,75% ao ano. Os membros do Banco Central se reúnem hoje (6) e amanhã (7) para decidir sobre o futuro da taxa básica de juros.

De acordo com um relatório do Itaú BBA, mesmo com a desaceleração gradual da economia e um cenário externo mais incerto que pode ter efeitos desinflacionários, o Banco Central continua preocupado com as expectativas de inflação desancoradas, o hiato do produto ainda positivo e projeções que permanecem acima da meta estabelecida.

Dessa forma, o Copom deve manter uma postura contracionista, embora com uma abordagem menos intensa. A expectativa é de que a decisão seja unânime, alinhada com a sinalização dada na última reunião e os dados mais recentes sobre inflação e atividade econômica.

“O cenário apresenta, por um lado, uma desaceleração gradual da atividade interna e uma maior incerteza externa que podem ter um impacto desinflacionário. Por outro lado, as expectativas de inflação ainda desancoradas (embora tenham parado de piorar), o hiato positivo e as projeções do próprio Banco Central sugerem que é necessário continuar avançando em uma política contracionista neste momento”, afirma o relatório.

O banco ressalta que o balanço de riscos continua assimétrico para o lado positivo, embora com uma intensidade reduzida. O cenário externo apresenta indícios de alívio na inflação, especialmente em países emergentes, mas a incerteza global exige cautela. A persistência da inflação e a lenta convergência das expectativas reforçam a importância de monitorar a Selic.

Em relação aos indicadores, a inflação permanece resistente. O IPCA-15 de abril registrou 0,43%, superando as expectativas. O IGP-M também subiu 0,24% no mês, revertendo a queda observada em março. No mercado de trabalho, houve uma leve redução na taxa de desemprego, mas a geração de empregos formais ficou aquém do esperado, indicando uma desaceleração mais acentuada.

O cenário internacional apresenta ainda mais desafios. A volatilidade cambial, o aumento do risco-país e a queda nos preços do petróleo refletem uma incerteza crescente sobre a demanda global e o desempenho das principais economias. Além disso, a taxa dos títulos do Tesouro americano de 10 anos aumentou, indicando pressão sobre os mercados emergentes.

Nesse contexto, o Copom deve adotar uma postura mais flexível, demonstrando disposição para ajustar a política monetária conforme a evolução do cenário. O Itaú BBA alerta para o risco de um eventual afrouxamento antecipado, fazendo referência a situações como a de 2011, quando o Banco Central reagiu rapidamente à crise europeia, prejudicando a credibilidade de sua política monetária.

“Considerando a situação atual e o grau de desancoragem, o risco de realizar um ajuste excessivo na política monetária parece ser menor e mais fácil de corrigir do que o risco de interromper prematuramente o processo de ajuste”, afirma o relatório.


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