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Crise financeira na Invepar: concessionária do aeroporto de Guarulhos quer que acionistas votem pedido de recuperação judicial

Com uma dívida bruta superior a R$ 3 bilhões, a empresa de infraestrutura de transportes planeja buscar a reestruturação de suas obrigações financeiras por meio da Justiça, visando se recuperar financeiramente.

Em meio a uma severa crise financeira e com suas classificações de crédito reduzidas ao nível de inadimplência, a Invepar, uma das principais empresas de infraestrutura de transportes do Brasil, decidiu convocar os acionistas para deliberar sobre uma possível recuperação judicial.

Com uma dívida bruta que ultrapassa R$ 3 bilhões, a concessionária do aeroporto de Guarulhos busca agora a reestruturação de suas obrigações financeiras através da Justiça para tentar se recuperar.

A diretoria da empresa considera que a recuperação judicial é a “solução mais apropriada” para salvaguardar os interesses da companhia e possibilitar sua reabilitação financeira a longo prazo.

Uma assembleia geral extraordinária (AGE) foi marcada para o dia 12 de junho, onde será votado o pedido de recuperação judicial da empresa e de suas subsidiárias.

A proposta de recuperação judicial

De acordo com a administração da Invepar, o processo de recuperação judicial assegurará a continuidade das operações da empresa, a gestão dos negócios e o progresso nas negociações com os credores.

Dessa forma, a companhia pretende avançar na busca pela “diminuição da dívida, reestruturação do capital e restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro”.

“Essas medidas beneficiam não apenas a empresa, mas também seus acionistas, colaboradores, credores e outras partes interessadas”, destacou a Invepar em sua proposta.

A proposta apresentada aos acionistas surge após uma decisão cautelar aprovada pela 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro na semana passada.

Na última sexta-feira (16), a Justiça concedeu um prazo de 30 dias para que a empresa formalize o pedido de recuperação judicial, caso não consiga chegar a um acordo com os credores.

É importante ressaltar que a Invepar já havia mencionado em seu resultado do quarto trimestre de 2024 que a prioridade para 2025 seria a redução do endividamento com seus credores.

Conforme o último balanço financeiro disponível, a companhia tinha cerca de R$ 3,32 bilhões em dívidas brutas ao final do ano passado. Desses, aproximadamente R$ 2,59 bilhões eram obrigações de longo prazo, principalmente relacionadas a empréstimos, financiamentos e debêntures.

Se aprovada, a recuperação judicial permitirá à empresa renegociar suas dívidas enquanto continua prestando os serviços que oferece, especialmente na área de infraestrutura urbana e aeroportuária, incluindo a concessão do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O risco de “calote” da Invepar, segundo a S&P Global

Na última segunda-feira (19), a agência de classificação de risco S&P Global Ratings reduziu o rating da Invepar para “D”, o que indica um estado de “default” ou calote, após a aprovação da medida cautelar pela Justiça.

“Embora essa medida seja uma forma de proteção extrajudicial, interpretamos que se trata essencialmente de uma suspensão dos pagamentos das dívidas (standstill), o que consideramos equivalente a um default”, afirmou a S&P Global.

A ação cautelar foi movida pela Invepar devido à aceleração no pagamento das debêntures da empresa no início deste mês.

Para a agência, a decisão que suspende o cumprimento das obrigações financeiras da Invepar coloca a companhia em um estado de “default geral”.

Essas obrigações incluem duas emissões de debêntures que totalizam R$ 676,7 milhões, vencidas antecipadamente, além de uma dívida de R$ 850 milhões relacionada à Via 040.

Como resultado, a S&P rebaixou os ratings de crédito da Invepar e a classificação de risco da 3ª e da 5ª emissão das debêntures para ‘D’, indicando que a empresa já iniciou um processo de calote ou está com sua capacidade de pagamento gravemente comprometida.

“Avaliaremos nossos ratings novamente assim que tivermos mais clareza sobre o plano de recuperação judicial e a nova estrutura de capital da companhia”, concluiu a S&P.


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