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Dividendos vêm aí? IRB (IRBR3) tem bons resultados no primeiro trimestre e BTG vê possibilidade de distribuição dos lucros até o fim do ano

As atividades internacionais e os resultados financeiros ajudaram a equilibrar o balanço do IRB, mas nem todos os analistas compartilham uma visão otimista sobre a empresa.

Os resultados do IRB Re (IRBR3) no primeiro trimestre de 2025 foram considerados “melhores do que se esperava”, segundo os analistas do BTG Pactual. O lucro líquido entre janeiro e março aumentou 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 119 milhões.

Embora esse valor tenha ficado 3% abaixo das estimativas do consenso da Bloomberg, ainda assim superou a projeção de R$ 106 milhões feita em fevereiro, após a divulgação de dados mais fracos pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) para o setor.

Conforme o BTG Pactual, o patrimônio líquido ajustado cresceu R$ 188 milhões entre janeiro e março, superando o lucro contábil. A expectativa é que a empresa consiga eliminar as perdas acumuladas no balanço até o final de 2025, possibilitando a retomada dos pagamentos de dividendos.

Exterior brilha e Brasil decepciona

Para o Goldman Sachs, a maior surpresa nos resultados do IRB foi o desempenho financeiro, que superou as expectativas para a empresa.

Os R$ 210 milhões obtidos no primeiro trimestre ultrapassaram as estimativas do Goldman Sachs em 21%, além de refletirem um crescimento de 92,7% em relação ao trimestre anterior e de 48,4% na comparação anual.

O crescimento desse resultado foi impulsionado por ganhos cambiais e pelo aumento da taxa de juros, que compensaram em parte uma perda de R$ 17 milhões decorrente da venda de parte da carteira de títulos soberanos.

Como consequência, o retorno sobre o patrimônio (ROE) subiu 2,9 pontos percentuais, atingindo 10,5% em comparação ao primeiro trimestre de 2024.

Além disso, as operações internacionais se destacaram, contribuindo para cobrir um sinistro de grande magnitude no Brasil, que impactou negativamente os resultados domésticos de subscrição.

Prêmios vs. sinistros

Os prêmios domésticos chamaram a atenção, pois, segundo o JP Morgan, houve uma queda de 13% na emissão de prêmios em relação ao ano anterior, impulsionada por uma diminuição significativa de 19% nos prêmios nacionais. Em contrapartida, os prêmios internacionais apresentaram um leve aumento de 3% ano a ano, representando atualmente 31% do total de prêmios do IRB.

No setor de seguros, o “prêmio” é a quantia que o cliente paga regularmente à seguradora para manter seu contrato ativo e garantir cobertura financeira em caso de “sinistro”, que é o evento que deve ser coberto pela empresa. No Brasil, os prêmios relacionados a imóveis caíram 14%, enquanto os da agricultura tiveram uma redução de 13%, e outros segmentos diminuíram em 8%. No exterior, no entanto, a agricultura se destacou com um crescimento impressionante de 113%, e os riscos especiais subiram 14%.

A taxa de sinistralidade ficou em 66,5%, apresentando um aumento de 2,5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, enquanto a taxa de aquisição foi de 21%.

O índice combinado foi de 102,5%, mas o IRB tem como meta convergir para cerca de 95%. Os analistas do BTG consideram essa meta viável, uma vez que a empresa tem demonstrado um compromisso com a rentabilidade e disciplina na subscrição.

É hora de comprar IRBR3?

As recomendações para as ações do IRB não são unânimes.

O JP Morgan adota uma posição de “underweight” (equivalente a venda), apontando que o mercado interno está fraco e carece de maior clareza sobre a sustentabilidade da disciplina de precificação da empresa, especialmente diante do crescimento lento observado. O preço-alvo definido pelo banco é de R$ 45,52, inferior ao valor das negociações atuais, sugerindo que os analistas acreditam que as ações estão sendo negociadas a um preço justo.

Por sua vez, o Goldman Sachs mantém uma posição neutra em relação ao IRB. Os analistas do banco não identificam gatilhos para um crescimento significativo das ações e consideram que a dinâmica geral dos resultados operacionais da empresa está comprometida. O preço-alvo estipulado é de R$ 49, o que representa um potencial de valorização modesto de 7,6%.

Em contraste, o BTG recomenda a compra das ações do IRB. A principal motivação para essa recomendação é a possibilidade de pagamento de dividendos pela empresa. Além disso, os analistas consideram o valuation das ações atrativo, com os papéis sendo negociados a menos de cinco vezes o preço sobre lucro (P/L) em 2025. O preço-alvo sugerido é de R$ 56,00, indicando um potencial de valorização de 23%.


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