O governo da Alemanha revisou suas projeções de crescimento econômico nesta quinta-feira (24), passando a prever uma estagnação em 2025, ao invés de uma expansão de 0,3%. Essa mudança se deve à incerteza gerada pelas disputas comerciais globais, que devem impactar negativamente o crescimento e diminuir os investimentos.
Nos últimos dois anos, a Alemanha foi a única economia do G7 a não apresentar crescimento, e as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem levar a maior economia da Europa a enfrentar um terceiro ano consecutivo sem crescimento, algo inédito na sua história.
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A economia da Alemanha, que tem um forte foco nas exportações, já enfrentava desafios devido à baixa demanda global por seus produtos e à perda de competitividade das empresas estrangeiras.
Durante a divulgação dos novos dados, o ministro da Economia, Robert Habeck, destacou a necessidade de a União Europeia e os Estados Unidos trabalharem juntos para resolver as tensões comerciais. Ele também enfatizou que o bloco europeu deve estar preparado para implementar medidas de retaliação, se necessário.
“Neste momento, a economia alemã enfrenta novamente grandes obstáculos devido à incerteza da política comercial dos Estados Unidos”, afirmou Habeck em uma declaração escrita.
“Considerando a forte integração da Alemanha nas cadeias de suprimentos globais e nosso elevado nível de abertura ao comércio internacional, o novo protecionismo dos EUA pode causar impactos diretos e indiretos significativos no nosso crescimento econômico”, acrescentou.
Para 2026, o governo agora projeta um crescimento de 1%, ligeiramente inferior à previsão anterior de 1,1% feita em janeiro, com expectativas de algum avanço sob a liderança do próximo chanceler, Friedrich Merz.
As exportações da Alemanha devem sofrer uma queda de 2,2% em 2025, após um recuo de 1,1% em 2024. No entanto, espera-se que no próximo ano haja um aumento de 1,3% nas exportações.
Recentemente, os institutos econômicos alemães revisaram sua projeção de crescimento para este ano para apenas 0,1%, em comparação com a expectativa de 0,8% divulgada em setembro. Essa revisão considera as tarifas iniciais dos EUA sobre aço, alumínio e automóveis.
O governo alemão também prevê uma redução da inflação para 2% neste ano, com uma expectativa ainda menor de 1,9% para o próximo ano, abaixo dos 2,2% registrados no ano anterior.
A fragilidade econômica terá impacto no mercado de trabalho, com a projeção de que a taxa de desemprego suba de 6,0% no ano passado para 6,3% neste ano, antes de recuar para 6,2% em 2026.
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