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Hapvida (HAPV3) dispara na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas perda de beneficiários acende sinal de alerta. Vale a pena comprar as ações?

A empresa apresentou resultados superiores às expectativas e demonstrou uma redução nas questões judiciais, embora o crescimento da base de clientes ainda enfrente dificuldades. Confira as opiniões dos analistas sobre o desempenho.

Após um ano turbulento em 2024, a Hapvida (HAPV3) iniciou 2025 demonstrando que ainda possui vitalidade.

No primeiro trimestre deste ano, a operadora de planos de saúde surpreendeu o mercado com resultados sólidos, apresentando geração de caixa e uma diminuição na sinistralidade. Como resultado, as ações da empresa estão em forte alta na sessão de hoje, terça-feira (13).

Por volta das 12h15, as ações HAPV3 subiram 10,04%, destacando-se entre as maiores altas do Ibovespa, com negociação a R$ 2,63. Durante o dia, a valorização chegou a ultrapassar 13%.

Desde o começo do ano, a empresa já acumula uma alta de 19% na B3, embora ainda esteja 50% abaixo dos níveis registrados na sua estreia na bolsa (IPO) em 2018.

O que deu certo (e brilhou) no balanço da Hapvida (HAPV3)

O BTG Pactual caracteriza o trimestre como “superior às expectativas”, ressaltando a desaceleração positiva nas disputas judiciais, uma sólida geração de caixa livre e um índice de sinistralidade robusto (MLR). No entanto, a instituição adotou um tom cauteloso em relação às perspectivas de crescimento.

O principal alívio nos resultados veio de uma questão que preocupava os investidores: os gastos relacionados à judicialização de beneficiários e as provisões para processos.

“O desempenho do 1T25 foi encorajador, especialmente porque as ações da empresa para lidar com o aumento das disputas judiciais estão começando a apresentar resultados concretos. Esses dados devem ajudar a estabilizar as expectativas dos investidores”, comentou o banco.

Enquanto isso, o Santander destacou que “os resultados estão em linha com a estratégia da empresa de se concentrar na verticalização, aumentar preços, melhorar a rentabilidade e enfrentar os desafios da judicialização”.

O índice de sinistralidade (MLR), um dos principais indicadores do setor, também apresentou melhora, fechando em 67,6%, abaixo das expectativas dos analistas.

Assim como outras operadoras, como Bradesco Saúde, SulAmérica e Porto Seguro, a Hapvida conseguiu registrar uma melhoria atípica nesse indicador, mesmo diante de uma base comparativa difícil.

“Embora a queda geral na demanda por serviços de saúde no setor possa ter contribuído, a empresa manteve bons índices de verticalização, demonstrando um esforço no controle de custos — um sinal possível de sinergias com a NotreDame Intermédica”, avaliaram os analistas do Goldman Sachs.

Mas tem um porém (e ele é grande)

Apesar da melhora financeira, a base de beneficiários da Hapvida encolheu. A operadora registrou uma perda de 70 mil vidas em sua carteira de planos de saúde no trimestre.

Esse número superou até as previsões mais pessimistas — o Goldman Sachs esperava uma perda de 45 mil —, evidenciando as dificuldades da empresa em manter um crescimento orgânico em um cenário ainda desafiador em São Paulo e nas outras regiões onde atua.

“A perda líquida de 70 mil beneficiários de planos de saúde no trimestre foi um ponto negativo, reforçando nossa percepção de que o crescimento da Hapvida será complicado em 2025, considerando o ambiente macroeconômico e a concorrência acirrada”, afirmaram os analistas do Goldman Sachs.

O banco norte-americano permanece cético quanto à capacidade de expansão da Hapvida em 2025, especialmente devido à maior concorrência em São Paulo.

O que fazer com as ações da Hapvida (HAPV3)?

O BTG manteve sua recomendação de compra para as ações HAPV3, fixando um preço-alvo de R$ 4,00. Esse valor representa uma valorização potencial de 67% em relação ao fechamento anterior.

“Embora o valuation atual seja atrativo para investidores em busca de valor, continuamos com a recomendação de compra, mas gostaríamos de observar uma recuperação mais robusta no crescimento orgânico em breve”, comentou o banco.

Por outro lado, o Santander elogiou a “execução eficaz da estratégia” da empresa e o progresso na verticalização, mas reconheceu que a perda de beneficiários e a margem insatisfatória impactaram negativamente.

Os analistas do Santander mantiveram a recomendação outperform, equivalente à compra, com um preço-alvo de R$ 3,60, indicando uma alta potencial de 50%.

O Goldman Sachs identificou “notícias encorajadoras” na desaceleração da constituição líquida de novos depósitos judiciais e na sinistralidade, mas criticou o desempenho comercial abaixo do esperado.

Apesar disso, o banco norte-americano continua otimista em relação à ação, mantendo a recomendação de compra. O preço-alvo é de R$ 3,80, o que representaria uma valorização de 58,9% em comparação ao fechamento anterior.


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