O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou uma alta inesperada de 0,24% em abril, após uma queda de 0,34% no mês anterior. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo crescimento nos preços dos produtos agropecuários, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira (29).
Esse resultado do IGP-M contrariou as expectativas de uma pesquisa da Reuters, que previa uma queda de 0,09%. Com esse desempenho, o índice acumulou uma alta de 8,50% nos últimos 12 meses.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do índice geral e mede a variação dos preços no atacado, teve um aumento de 0,13% em abril, após ter registrado uma redução de 0,73% no mês anterior.
“No IPA, o aumento nos preços dos produtos agropecuários, combinado com uma queda menos intensa em produtos industriais, foi fundamental para a reversão da tendência de queda observada em março”, comentou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
Os produtos que mais impactaram o resultado do IPA foram o milho em grão (+6,50%, comparado a +11,68% anteriormente), os bovinos (+3,17%, em contraste com -3,99%) e o tomate (+40,51%, frente a +14,30%).
Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do índice geral, apresentou uma desaceleração, subindo 0,46% em abril, após um aumento de 0,80% no mês anterior.
“No IPC, a diminuição nos preços dos grupos de transportes e habitação foi determinante para o resultado de abril, especialmente devido à acentuada queda nos preços das passagens aéreas”, acrescentou Dias.
Os principais fatores que contribuíram para a desaceleração do IPC foram as passagens aéreas (-5,34%, em comparação com -13,71%), a tarifa de ônibus urbano (-1,99%, frente a +0,42%) e o arroz (-2,74%, em relação a -1,25%).
Por outro lado, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve uma aceleração, registrando um aumento de 0,59% em abril, após uma alta de 0,38% em março.
O IGP-M avalia os preços ao produtor, ao consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
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