Mesmo assim, as bolsas de valores, tanto em Nova York quanto no Brasil, estão em queda — com ênfase no Nasdaq, que apresenta uma retração superior a 2% sob a influência da Nvidia.
Quem observa Wall Street nesta quarta-feira (16) nota que as bolsas estão em queda após a divulgação de que as tarifas dos EUA sobre a China atingiram 245%. No entanto, as perdas de hoje estão longe do caos enfrentado nas semanas anteriores, quando a guerra comercial iniciada por Donald Trump fez com que os índices de Nova York despencassem.
Há uma razão para isso. Embora a bolsa não tenha conseguido se proteger — pelo menos por enquanto — do impacto das tarifas entre as duas maiores economias do mundo, o que impede um colapso nos mercados hoje é o fato de que a taxa anunciada pela Casa Branca nesta manhã não é uma verdadeira surpresa.
Primeiramente, os 245% serão aplicados, até o momento, apenas a dois produtos: veículos elétricos e seringas. Em segundo lugar, essa taxa representa a soma de todas as tarifas atuais sobre os bens importados da China pelos EUA.
A situação é a seguinte: durante seu primeiro mandato, Trump implementou uma tarifa de 25% sobre veículos elétricos chineses, que foi aumentada para 100% pelo ex-presidente Joe Biden no ano passado, a mesma alíquota aplicada às seringas importadas da China.
Recentemente, Trump anunciou uma tarifa de 145% sobre os produtos enviados de Pequim para os EUA, resultando em um total de 245% em impostos.
Portanto, os 245% não representam novas medidas, mas sim a soma das tarifas máximas já em vigor, conforme informado pela Casa Branca.
A queda da bolsa nos EUA
Mesmo assim, o impacto da guerra comercial de Trump não passou despercebido pela bolsa de Nova York hoje.
O Nasdaq, por exemplo, está em baixa de mais de 2%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones registram perdas de 1,3% e 0,65%, respectivamente, neste início de tarde. O principal responsável por essa queda é a Nvidia, cujas ações caem mais de 7%.
A gigante dos semicondutores anunciou que irá contabilizar uma despesa trimestral de US$ 5,5 bilhões relacionada à exportação de suas unidades de processamento gráfico H20 para a China e outros países.
De acordo com a empresa, o governo dos EUA exigiu uma licença para a exportação de chips para a China. O Seu Dinheiro detalhou essa situação e você pode conferir todas as informações aqui.
Outras fabricantes de chips também estão enfrentando perdas semelhantes às da Nvidia. A AMD tem uma queda superior a 6%, enquanto a Micron Technology registra uma redução de 3%.
As grandes empresas do setor tecnológico também estão sob pressão. A Meta caiu 2%, enquanto Microsoft e Tesla apresentam recuos superiores a 1% cada.
DONALD TRUMP: GÊNIO ou LOUCO? A estratégia dos EUA por trás da GUERRA COMERCIAL com a CHINA
Ibovespa acompanha Nova York
O Ibovespa também sentiu os impactos da política tarifária de Trump, especialmente após o presidente dos EUA ter imposto restrições às exportações de chips para as chamadas nações digitais, que incluem a China.
Após uma manhã predominantemente negativa, o principal índice da bolsa brasileira apresentava uma leve alta de 0,16%, alcançando 129.490,07 pontos no início da tarde.
Um dos destaques do Ibovespa é a Brava Energia, que viu suas ações subirem cerca de 6%. A empresa anunciou ontem que o Yellowstone Fundo de Investimento, gerido pelo BTG WM, agora detém aproximadamente 5,29% do total de suas ações. Além disso, a alta do petróleo, que ultrapassou 1%, também contribui para a valorização da BRAV3.
No mercado cambial, o dólar à vista recuava 0,53%, sendo cotado a R$ 5,8580 no início da tarde. Essa movimentação está alinhada à desvalorização do dólar em relação a outras moedas, em meio ao aumento dos preços do petróleo e do minério de ferro, impulsionados por dados positivos sobre a atividade econômica na China.
O país registrou um crescimento de 5,4% em seu Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, superando as expectativas.

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