O secretário-executivo do Banco Central, Rogério Lucca, afirmou nesta segunda-feira (14) que a instituição está em conversação com o governo para aprimorar o processo de concessão de financiamentos imobiliários.
Ele destacou que o aumento nos saques da poupança está diminuindo a disponibilidade de recursos para o crédito habitacional. De acordo com dados do BC, a caderneta de poupança no Brasil registrou saques líquidos de R$ 11,5 bilhões em março, marcando o terceiro mês consecutivo de retiradas. No total acumulado deste ano, as retiradas líquidas somam R$ 45,692 bilhões.
Em 2024, a saída líquida foi de R$ 15,5 bilhões. Durante uma transmissão ao vivo promovida pelo BC, Lucca mencionou que os investidores estão diversificando suas aplicações em outros produtos financeiros, como LCI, LCA e títulos do Tesouro Nacional, resultando em um aumento nos saques da poupança. “Isso é um sinal positivo, pois as pessoas estão mais informadas e com uma capacidade melhor de investir”, afirmou.
“Entretanto, há um outro aspecto: a poupança sempre foi uma fonte importante para expandir o crédito imobiliário, e agora estamos enfrentando uma redução nesse funding. Por isso, estamos focados nesse assunto e dialogando com o governo e o mercado para encontrar soluções que melhorem esse processo.”
Política monetária
Durante a transmissão ao vivo, Lucca mencionou que o Banco Central está analisando questões relacionadas aos canais de transmissão da política monetária na economia. Ele observou que “canais obstruídos” exigem que a autarquia realize um esforço maior do que o ideal para alcançar o mesmo objetivo de controle da inflação.
De acordo com Lucca, as iniciativas do BC voltadas para aprimorar a qualidade do crédito e os sistemas de garantias são fundamentais para desobstruir esses canais de transmissão da política de juros.
“À medida que aprimoro a qualidade do crédito, a efetividade da política monetária aumenta, beneficiando também o cidadão, que passa a ter acesso a um crédito de melhor qualidade, além de fortalecer o sistema financeiro”, declarou.
Entre as outras metas do Banco Central para 2025, o secretário-executivo mencionou a evolução do sistema de portabilidade de crédito e a padronização nas concessões de financiamentos.
Além disso, ele destacou como prioridade a evolução do Pix, que inclui o desenvolvimento de sistemas de pagamento agendado e parcelado, bem como a utilização do Pix como garantia para empréstimos.

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