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“O Itaú nunca esteve tão preparado para enfrentar desafios”, diz CEO do bancão. É hora de comprar as ações ITUB4 após o balanço forte do 1T25?

A declaração de Milton Maluhy Filho reflete bem a situação atual do mercado: apesar de um resultado trimestral positivo, a prudência é necessária. A combinação de juros altos e desaceleração econômica cria um cenário macroeconômico desafiador, justificando o “otimismo cauteloso”. É uma postura inteligente, pois celebra o sucesso recente sem ignorar os riscos futuros inerentes a um ambiente econômico instável. Em resumo, é uma abordagem realista e sensata para os negócios.

Mais uma vez, o Itaú Unibanco (ITUB4) superou as altas expectativas do mercado, apresentando resultados financeiros sólidos, com um lucro robusto em crescimento, rentabilidade em ascensão e uma margem líquida em expansão.

“Estamos focados em um trimestre de cada vez. Apresentamos um desempenho sólido, mas ainda temos mais três trimestres pela frente. Mantemos a convicção de que nossa orientação é a melhor expectativa, mas não podemos ignorar que estamos enfrentando um cenário de política monetária mais restritiva”, afirmou Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, durante uma coletiva de imprensa.

De acordo com o CEO, o momento pede um otimismo cauteloso. Ele destacou a qualidade da carteira e do balanço do banco, mas enfatizou a importância de estar atento ao ambiente macroeconômico desafiador, caracterizado por taxas de juros elevadas e previsões de desaceleração econômica a partir do segundo semestre.

“O Itaú está mais preparado do que nunca para enfrentar qualquer desafio que surja. Por isso, mantemos uma postura otimista, mas com cautela, já que estamos em um ciclo de aperto monetário, onde a inadimplência e o desaquecimento geralmente ocorrem.”

É importante mencionar que, no início desta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu aumentar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, elevando-a para 14,75% ao ano.

Apesar desse cenário desafiador, a expectativa da diretoria do Itaú é seguir gerando uma rentabilidade superior a 20% em 2025.

“O banco mantém uma tendência muito positiva em relação à qualidade do crédito, fruto de anos de trabalho do Itaú na gestão de riscos. Começamos o ano da melhor forma possível, com resultados sólidos e consistentes,” afirmou Gabriel Amado de Moura, diretor financeiro (CFO) da instituição.

As ações do banco abriram o pregão desta sexta-feira (9) em alta. Por volta das 10h50, os papéis ITUB4 estavam em ascensão de 3,99%, sendo negociados a R$ 36,73. Desde o início do ano, a valorização já alcança 38% na B3.

Confira as principais linhas do balanço do Itaú (ITUB4) no 1T25:

IndicadorResultado 1T25Projeções – BloombergVariação (a/a)Evolução (t/t)
Lucro LíquidoR$ 11,1 bilhõesR$ 11,073 bilhões+13,9% +2,2%
ROAE22,5%+ 0,6p.p.+0,4 p.p.
Margem financeira líquidaR$ 30,3 bilhões+12,8%+3,2%
Carteira de crédito ampliadaR$ 1,38 trilhão+13,2%-1,7%

Com um resultado gerencial recorrente de R$ 11,1 bilhões no período de janeiro a março, a lucratividade do Itaú se alinhou quase perfeitamente às previsões dos analistas. No entanto, o grande destaque do trimestre foi a margem financeira líquida do banco.

Esse indicador, que mede a receita proveniente de crédito subtraindo os custos de captação, apresentou um crescimento de dois dígitos em comparação ao primeiro trimestre de 2024, apesar da sazonalidade negativa que costuma caracterizar esse período.

Por um lado, os juros elevados aumentaram as receitas relacionadas ao capital de giro. Essa combinação com uma carteira mais rentável e margens de captação maiores resultou em um aumento significativo no resultado com clientes.

Por outro lado, os ganhos robustos com tesouraria contribuíram para que a margem em operações de mercado superasse as expectativas.

Vale ressaltar que o primeiro trimestre tende a ser mais fraco para os bancos brasileiros em termos de volumes de crédito, margem financeira líquida e taxas, o que desacelera o forte crescimento da lucratividade observado nos últimos três meses de 2024.

O melhor momento do Itaú

O BTG Pactual destacou o Itaú Unibanco (ITUB4) como “o melhor de sua classe”, ressaltando sua qualidade superior em termos de balanço e lucros, além de uma geração sólida de capital, com um ROE (retorno sobre o patrimônio) no Brasil alcançando 26%.

“O desempenho e a qualidade do balanço continuam a surpreender positivamente, melhorando a cada trimestre, mesmo com as expectativas já altas,” comentou a instituição.

De acordo com os analistas, o Itaú está vivendo seu melhor momento. “É realmente o líder da categoria,” afirmaram.

Entretanto, é importante notar que, com as ações já apresentando uma valorização superior a 30% no ano e sendo negociadas a um múltiplo em torno de 2 vezes o valor patrimonial, o espaço para novos ganhos pode parecer mais restrito.

No entanto, o BTG Pactual acredita que o forte desempenho no primeiro trimestre resultará em revisões positivas das projeções de lucro para 2025.

“O aumento do ‘poder de lucro’, aliado à qualidade dos ativos e ao balanço, mantém o Itaú atraente em comparação com seus concorrentes, mesmo considerando seu valuation elevado,” afirmou o banco.

Como o banco preferido do BTG, o Itaú teve sua recomendação de compra reafirmada pelos analistas, que estabeleceram um preço-alvo de R$ 38,00 para os próximos 12 meses, indicando uma valorização potencial de 7,5% em relação ao último fechamento.

A XP Investimentos também considera que o sólido desempenho trimestral reforça uma perspectiva otimista sobre o Itaú. “Acreditamos que o banco está bem posicionado para alcançar as metas estabelecidas para 2025,” comentou a corretora.

Os analistas destacaram as ações ITUB4 como a principal escolha (top pick) no setor financeiro.

Na análise do JP Morgan, a consistência continua sendo uma característica marcante do Itaú, que apresentou um “trimestre bastante equilibrado”, mantendo bons indicadores de qualidade de ativos e uma redução na inadimplência.

Por outro lado, as receitas provenientes de tarifas foram inferiores ao esperado pelo banco norte-americano, afetadas por sazonalidade e pela diminuição da receita com operações de crédito e garantias.

É importante mencionar que a queda na receita com operações de crédito e garantias se deve às mudanças contábeis trazidas pela resolução 4.966 do Banco Central, que entrou em vigor em 1º de janeiro. Com essa norma, algumas tarifas passaram a ser diferidas em vez de reconhecidas no momento da contratação.

O intuito da mudança regulatória pelo Banco Central é alinhar as práticas contábeis e de gestão de riscos das instituições financeiras brasileiras aos padrões internacionais, implementando um novo modelo para o cálculo da perda esperada na carteira de crédito e alterando a classificação e mensuração dos ativos.


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