Analistas consultados pelo Seu Dinheiro sugerem a melhor abordagem para os pequenos acionistas, além de uma opção alternativa de investimento para utilizar os recursos.
Ai, ai, ai, tá chegando a hora! Nesta sexta-feira (25), às 11h30, ocorrerá a reunião de acionistas para decidir sobre a saída do Carrefour (CRFB3) da bolsa de valores brasileira.
Nas últimas semanas, dois acionistas importantes se desfizeram de suas participações. A Península, gestora da família Diniz, que detinha 4,9% das ações, vendeu toda a sua participação no início deste mês. Poucos dias depois, o GIC, fundo soberano de Cingapura, também se desfez da sua fatia de 2,4% na empresa.
A saída desses dois acionistas significativos — incluindo um dos principais acionistas brasileiros — acende um alerta para os investidores que possuem ações da CRFB3 em suas carteiras?
De acordo com dois analistas consultados pelo Seu Dinheiro, as saídas dos acionistas deixam evidente que, para os pequenos investidores, a única alternativa viável é aprovar a OPA e optar por receber o pagamento em dinheiro.
A aprovação da OPA é considerada quase garantida pelos bancos que acompanham a situação. Os acionistas terão três opções: receber 100% em dinheiro, 100% em ações do Carrefour francês ou uma combinação de dinheiro e ações da matriz.
Após essa decisão, todas as novas ações seriam resgatadas com a seguinte relação de troca:
- Cada ação resgatável Classe A será convertida em um pagamento de R$ 8,50 em dinheiro.
- Cada ação resgatável Classe B proporcionará ao acionista um pagamento de R$ 4,25 em dinheiro, além de ações do Carrefour na França.
- Já a cada ação resgatável Classe C, o acionista poderá optar por receber 100% em ações do Carrefour francês.
Analistas recomendam receber 100% em dinheiro
Com a saída da Península e do GIC do Carrefour Brasil, as opções para os pequenos acionistas se tornaram limitadas, especialmente após a revisão do prêmio oferecido pela matriz francesa.
No início de abril, o Carrefour da França aumentou em cerca de 10% a oferta destinada aos acionistas minoritários, que estavam insatisfeitos com o valor de R$ 7,70 por ação, considerado muito baixo. Agora, o novo preço oferecido é de R$ 8,50 por ação.
“Para os acionistas minoritários, especialmente após essa revisão de preço, a situação ficou um pouco mais complicada, pois as opções são escassas — e os principais acionistas minoritários já se retiraram”, comentou um analista de uma gestora que preferiu permanecer anônimo.
“É preferível aceitar essa proposta em dinheiro do que optar por qualquer outra conversão de ações no exterior. Para os acionistas minoritários, não vejo muitas alternativas”, disse um analista.
“Com base em nossas projeções, acreditamos que o valor de R$ 8,50 é uma boa oferta”, comentou Hayson Silva, analista da Nova Futura Investimentos.
Assaí é alternativa para manter investimento no mesmo setor
Embora a OPA seja favorável para os negócios e possa levar a uma valorização das ações do Carrefour na França, Silva acredita que esse retorno pode levar tempo para se concretizar.
“Essa reestruturação pode demorar bastante até que seus efeitos sejam percebidos nas ações do Carrefour”, afirma ele. “Assim, o investidor brasileiro, especialmente os indivíduos, pode perder uma boa oportunidade de realocar seus recursos em outras ações do mesmo setor que estão com preços atrativos.”
- Veja também: Petrobras (PETR4), Usiminas (USIM5), Azul (AZUL4) e outros destaques desta quinta-feira (24)
A sugestão dele para quem deseja utilizar os recursos da CRFB3 e continuar investindo no mesmo setor é adquirir ações do Assaí (ASAI3).
“É possível realocar esses investimentos em outras ações do mesmo segmento que estão melhor posicionadas no cenário doméstico, como é o caso do Assaí. Acredito que essas ações também estão com preços atrativos”, afirmou Silva.
As ações do Assaí iniciam esta quinta-feira (24) cotadas a R$ 8,70, apresentando uma valorização de 57,63% em 2025, embora ainda registrem uma queda de 35,22% no acumulado do ano.