A Green Impact Exchange planeja atuar em um mercado avaliado em US$ 35 trilhões.
O pedido para a criação da primeira bolsa de valores dos Estados Unidos voltada para a economia sustentável foi aprovado pela Securities and Exchange Commission (SEC), que é a entidade responsável pela regulação e supervisão do mercado de capitais no país.
A Green Impact Exchange (GIX) funcionará como um espaço de negociação e listagem com foco estratégico em sustentabilidade, atuando em um mercado avaliado em US$ 35 trilhões (cerca de R$ 205 trilhões), conforme informações da própria instituição.
A GIX terá como público-alvo empresas de capital aberto e investidores que desejam preservar e gerar valor, gerenciar riscos climáticos e atender à crescente demanda global por soluções sustentáveis. A expectativa é que a bolsa comece suas operações no início de 2026.
“A aprovação de hoje representa um avanço significativo para investidores e empresas que estão comprometidos com a sustentabilidade”, afirmou Dan Labovitz, CEO e cofundador da GIX, em um comunicado oficial.
A primeira bolsa de valores dedicada às finanças sustentáveis foi inaugurada em Luxemburgo em 2016, com o objetivo de apoiar diretamente as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e o Acordo de Paris. Desde sua fundação, a Luxembourg Green Exchange (LGX) já emitiu 1,2 trilhão de euros em títulos financeiros sustentáveis, o que equivale a cerca de R$ 6,6 trilhões.
Entenda como deve funcionar a bolsa verde americana
Criada por especialistas do setor financeiro com vivência em bolsas internacionais, a Green Impact Exchange (GIX) busca proporcionar mais segurança aos investidores que desejam aplicar recursos em empresas dedicadas à sustentabilidade.
Segundo a instituição, o fato de as bolsas de valores serem reguladas e exigirem altos padrões das empresas listadas aumenta a confiança dos investidores.
A bolsa verde dos Estados Unidos realizará a dupla listagem de empresas que se comprometem com a governança sustentável e a transparência, conforme afirmou Labovitz à agência de notícias Bloomberg.
“Nos últimos 18 meses, contatamos centenas de empresas”, declarou Labovitz. “Organizações que operam globalmente entendem que, para se manterem competitivas, devem continuar avançando em direção à sustentabilidade em seus negócios.”
Momento é desafiador para os investimentos sustentáveis
A fundação do Green Impact Exchange ocorre em um cenário desafiador para os investimentos sustentáveis, especialmente nos Estados Unidos.
Desde que Donald Trump assumiu a presidência, ele implementou políticas que afetam tanto a agenda climática — como a retirada do Acordo de Paris e a promoção de combustíveis fósseis — quanto as iniciativas de diversidade, reduzindo financiamentos federais e pressionando empresas a eliminarem programas relacionados.
Além disso, dados da Bloomberg indicam que, apenas na última semana, cerca de US$ 5,7 bilhões foram retirados de ETFs (fundos de índices) focados em ESG, o maior montante registrado em mais de um ano.
Analistas do Barclays Plc notaram que a pressão para vendas tem aumentado desde fevereiro, com aproximadamente US$ 9 bilhões sendo retirados de fundos de ações sustentáveis no mês passado.
Por outro lado, conforme dados do PitchBook, os investimentos em startups de tecnologia climática nos Estados Unidos cresceram quase 65% no primeiro trimestre deste ano, alcançando US$ 5 bilhões, sinalizando um retorno do capital ao mercado de investimentos sustentáveis.
Apesar das dificuldades atuais, os fundadores da GIX estão confiantes de que a demanda global por investimentos sustentáveis aumentará, à medida que os investidores reconhecem as implicações financeiras das mudanças climáticas.
“O risco climático é um risco para os negócios. É tão simples quanto isso. Investidores e empresas nos EUA continuam a buscar soluções sustentáveis porque isso é financeiramente vantajoso e competitivo”, declarou Charles Dolan, presidente e cofundador da GIX. “Mercados públicos como a GIX desempenham um papel crucial ao conectar investidores comprometidos com a sustentabilidade a empresas que entendem essa lógica.”

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