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Por que as ações da Azul (AZUL4) caem mais de 10% na abertura mesmo após lucro líquido de R$ 783 milhões no 1T25?

Considerando os ajustes, a companhia aérea registrou um prejuízo líquido ajustado que foi 460% maior do que no ano anterior, totalizando R$ 1,8 bilhão.

As ações da Azul (AZUL4) enfrentam uma intensa volatilidade no pregão desta quarta-feira (14), após a divulgação do balanço referente ao primeiro trimestre de 2025.

Embora a companhia tenha registrado um lucro líquido de R$ 783,1 milhões no período, em contraste com um prejuízo de R$ 1,118 bilhão no mesmo período do ano passado, as ações lideram as perdas do Ibovespa pela manhã.

Analisando o resultado ajustado, a diferença é significativa: no primeiro trimestre de 2025, a empresa reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,816 bilhão, o que representa um aumento de 460,4% em relação ao prejuízo de R$ 324,2 milhões registrado nos primeiros três meses de 2024.

Esse resultado ajustado exclui o direito de conversão relacionado às debêntures conversíveis e considera ajustes por resultados de derivativos não realizados e variações cambiais.

Por volta das 10h30, as ações AZUL4 caíam mais de 16,08%, sendo negociadas a R$ 1,20. Desde o início do ano, a desvalorização dos papéis já ultrapassa os 65% na B3.

O endividamento da Azul (AZUL4)

No encerramento do primeiro trimestre, a dívida líquida da Azul alcançou R$ 31,3 bilhões, representando um aumento de 50,3% em relação ao ano anterior e uma elevação de 6% em comparação com o quarto trimestre de 2024.

De acordo com a companhia, o aumento da dívida é atribuído ao empréstimo bilionário obtido no início deste ano como parte do plano de reestruturação da empresa, além do crescimento das obrigações de arrendamento.

É importante destacar que a companhia aérea levantou cerca de R$ 3 bilhões por meio da emissão de notas superprioritárias em janeiro e pagou mais de R$ 4 bilhões em arrendamentos correntes e diferidos, amortizações de dívidas e juros durante o trimestre.

“Fizemos avanços significativos na redução da nossa dívida e alavancagem, e continuamos em diálogo constante com nossos parceiros para otimizar ainda mais nossa estrutura de capital e posição de liquidez”, afirmou o CEO da Azul, John Rodgerson, no balanço.

Assim, a alavancagem da Azul, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda dos últimos 12 meses, atingiu 5,2 vezes no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 1,5 vez em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A empresa também atribui esse resultado à desvalorização da moeda, que afetou a dívida denominada em dólares.

“Estamos sempre avaliando oportunidades para gerenciar a alavancagem e o perfil de vencimento da dívida. Além disso, mantemos discussões regulares com nossos parceiros para otimizar ainda mais nossa estrutura de capital e posição de liquidez”, declarou a empresa.

As despesas da Azul seguiram em crescimento no primeiro trimestre de 2025. Os gastos operacionais totalizaram R$ 4,8 bilhões, marcando um aumento de 24,4% em relação ao ano anterior.

A companhia informou que o aumento das despesas foi impulsionado pela desvalorização de quase 20% do real em relação ao dólar, além do incremento nos preços dos combustíveis e da expansão da capacidade total da empresa.

Outros destaques do balanço

No primeiro trimestre de 2025, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Azul foi de R$ 1,385 bilhão, apresentando uma redução de 2,1% em relação aos R$ 1,415 bilhão registrados no mesmo período do ano passado.

A margem Ebitda ajustada ficou em 25,7% no primeiro trimestre, uma queda de 4,6% em comparação com os 30,3% do ano anterior. A Azul atribui essa diminuição ao desvalorização do real frente ao dólar, ao aumento nos preços dos combustíveis e à inflação.

Por outro lado, a receita operacional da Azul no primeiro trimestre deste ano alcançou R$ 5,394 bilhões, o que representa um crescimento de 15,3% em relação aos R$ 4,678 bilhões do primeiro trimestre de 2024.

A receita proveniente do transporte de passageiros foi de R$ 5 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 15,2% em relação ao ano passado. Já as receitas de cargas e outros serviços totalizaram R$ 377 milhões, com uma alta de 17,3% na comparação anual.

O tráfego de passageiros (RPK) durante o primeiro trimestre cresceu 19,4%, resultando em uma taxa de ocupação de 81,5%, comparada a 78,9% no mesmo período do ano anterior.


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