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Guerra comercial entre EUA e China: BTG destaca o setor agropecuário brasileiro como um possível vencedor desse embate e indica uma ação preferida; descubra qual é

O confronto entre China e EUA faz com que o país asiático, um dos maiores importadores de produtos agrícolas, busque um fornecedor alternativo, e o Brasil se destaca como a opção mais qualificada.

A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China parece longe de ser resolvida, e, segundo uma análise do BTG Pactual, o agronegócio brasileiro pode emergir como um dos grandes vencedores dessa batalha tarifária.

A explicação para essa perspectiva é clara: o setor de grãos e proteína animal deve passar por uma reestruturação que alterará os fluxos de produtos agrícolas no cenário global.

De acordo com o BTG, empresas como SLC Agrícola (SLCE3), Minerva Foods (BEEF3) e JBS (JBSS3) estão entre as mais bem posicionadas para se beneficiar do aumento na receita a curto prazo, conforme a análise realizada pelo banco.

As três empresas estão apresentando resultados positivos em 2025, com as ações da SLC, Minerva e JBS subindo 17,55%, 49,38% e 17,8%, respectivamente, até agora.

Com a intensificação do conflito entre China e EUA, que são grandes produtores e exportadores globais no setor agrícola, é provável que o país asiático procure um fornecedor alternativo. Nesse contexto, o Brasil se destaca como a escolha mais lógica e qualificada, segundo a análise do banco.

Os analistas do BTG Pactual projetam que essa guerra comercial pode resultar na virtual eliminação do comércio bilateral de commodities agrícolas e proteína animal entre os Estados Unidos e a China.

“Os Estados Unidos são importantes exportadores de carnes e grãos, enquanto a China se destaca como um dos principais importadores. O efeito desse ‘embargo comercial’ é diferente para cada tipo de commodity. A soja é provavelmente a mais impactada, já que o fluxo entre EUA e China representa 15% do comércio global”, observa o analista.

Mesmo com vencedores definidos, ainda será preciso paciência

A longo prazo, caso o Brasil ocupe o espaço deixado pelos EUA como fornecedor essencial, é esperado que os volumes de produção interna aumentem, segundo o BTG Pactual.

Entretanto, os benefícios já começarão a ser percebidos pelas empresas do setor de proteínas no curto prazo, uma vez que companhias como BRF (BRFS3) e Seara poderão redirecionar suas entregas para a China, resultando em um aumento nos preços médios.

A China é conhecida por oferecer preços mais altos por cortes menos nobres, como pés e coxas de frango e cortes dianteiros de carne bovina.

A JBS enfrenta uma situação mais complexa, com suas exportações de frango para os EUA podendo enfrentar pressão nos preços, conforme apontam os analistas do BTG Pactual. No entanto, isso pode ser compensado pelos custos mais baixos de grãos, resultando em um efeito neutro.

Além disso, o fluxo comercial de proteínas entre EUA e China constitui apenas uma pequena parte do mercado global, o que limita a expectativa de uma alta significativa nos preços médios.

A carne de frango é a mais representativa nesse contexto, correspondendo a 2,2% do comércio global entre China e EUA, seguida pela carne suína com 1,5% e a bovina com 1,3%.

De grão em grão, a galinha enche o papo

Os analistas acreditam que os principais beneficiários dessa situação serão os produtores de grãos brasileiros, com a SLC se destacando como a empresa que mais se beneficiará estruturalmente.

As margens dos produtores de grãos devem apresentar um leve aumento à medida que a guerra comercial se prolonga. Isso é especialmente verdadeiro para a soja, cuja negociação entre EUA e China representa a maior parte do fluxo global.

A análise do BTG Pactual indica que o efeito positivo nos preços da soja brasileira no curto prazo pode ser mais significativo em comparação com outras commodities.

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No médio prazo, a situação se altera. Com a diminuição da rentabilidade dos agricultores americanos, os estímulos para o plantio podem se enfraquecer, resultando em uma oferta global menor e, consequentemente, em preços mais altos.

Esse cenário seria favorável para os produtores agrícolas brasileiros, como a SLC. Por outro lado, os produtores de proteínas poderão enfrentar uma maior pressão nas margens devido ao aumento dos custos dos insumos.


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